INDÍCIO VELADO
Não toques, distância, no seu cabelo molhado;
Não lhe mexas. Rosto puro, às aguas posto e preso,
Uma imagem será o seu único peso,
Um pensamento o único beijo que me há dado.
Que o Índico persiga o indício velado;
Decore o Mar Vermelho o forte rosto aceso -
Mas não para morrer: para menos desprezo;
E eu próprio fique em meu amor atenuado.
Oh! platónico amor de ninguém e de alguma,
Espectro que criei e rodeei de lágrimas,
Vénus ainda ao longe no aro da minha espuma!
Imagem, força de vontade, imagem
Viva ou morta, não sei; imagem acre... mas
Verdadeira e suave, isso mais que nenhuma!
Vitorino Nemésio
Poeta, ficcionista, ensaísta, cronista e crítico literário português, Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva nasceu a 19 de Dezembro de 1901, na Ilha Terceira, nos Açores, e faleceu a 20 de Fevereiro de 1978, em Lisboa. Entre 1911 e 1912, Vitorino Nemésio frequentou o liceu de Angra, onde cedo manifestou a sua vocação de poeta e prosador, estreando-se com o livro de versos Canto Matinal, em 1916. Em 1919, após um desaire escolar, iniciou o serviço militar como voluntário, partindo para o continente. Do ano seguinte data a peça em um acto Amor de Nunca Mais e a poesia de A Fala das Quatro Flores. Em 1921, em Lisboa, iniciou-se na actividade jornalística, na redacção de A Pátria, a Imprensa de Lisboa e Última Hora. Em 1922, concluiu os estudos liceais em Coimbra e matriculou-se na Faculdade de Direito, onde, como revisor da Imprensa da Universidade, publicou o poema Nave Etérea. Transitará para o curso de Ciências Geográficas e, posteriormente, para Filologia Românica. Colaborou na fundação de Tríptico, em Seara Nova e na Presença. Correspondeu-se com Unamuno. Em 1934, doutorou-se com uma tese subordinada ao título A Mocidade de Herculano até à Volta do Exílio.
Fonte: http://antoniogois1.blogspot.com/
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"Literatura & Companhia Ilimitada"
9 comentários:
MUY DISIENTE TEXTO.
UN ABRAZO
"Aquilo que está escrito no coração não necessita
de agendas porque a gente não esquece. O que
a memória ama fica eterno."
Rubem Alves
Beijos e meu carinho a todos...M@ria
Olá amigo
Amor platônico só faz sofrer, e impedir que um amor real aconteça.
Abração
Muito linda essa poesia!abraços, ótimo dia!chica
Poema forte,,,abraços de bom dia pra ti meu amigo.
Meu querido amigo, ando um tanto distante, é que o inverno me deixa quase reclusa.
Beijo de carinho!!!
Olha Rosemildo obrigada pelo teu comentario mas eu prefiro me ficsr só por este blogue porque eu detesto ler e um blogue sobre literatura não iria fazer o meu genero. De qualquer maneira obrigada. Eu virei a este sempre que puder. Beijinhos.
Amigo esse é um poema lindo. O coração tem razões, que até as razões desconhece.
Um beijo grande, e continuação de ótima semana. Smareis
tão lindo esse poema, Furtado.
beijinho.
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