DIZES-ME COM QUEM ANDAS QUE TE DIREI QUEM ÉS
Lembro-me como se fosse hoje, aos nove anos de idade, morávamos, eu, meu pai, minha mãe, quatro irmãs e um irmão, numa vila, composta apenas de oito casas, construída numa pequena parte de um terreno de propriedade da Fábrica Tacaruna, situada na cidade de Olinda. Atualmente, em todo o terreno, inclusive onde se situava a vila, nada mais resta, a não ser a fábrica e o imponente Centro de Convenções de Pernambuco, que foi construído posteriormente. Mas, voltando ao passado, num certo dia já à tardinha, apareceu em nossa casa o Sr. José Lopes, proprietário de uma barraca, localizada próximo ao local onde nós (crianças) jogávamos bola, e falou pra minha mãe.
- D. Adelaide, eu vim aqui lhe dizer, que seus filhos quebraram um dos meus depósitos de confeitos. Minha mãe então perguntou:
- O senhor viu se foram eles?
- Não! Não vi, mas os meninos disseram que foram eles, Respondeu o barraqueiro. Minha irmã, mais velha que nós, eu e meu irmão, ouvindo toda a conversa,falou:
- Não mãezinha! Não foram eles, eles passaram a tarde toda comigo, pois eu estava ensinando os deveres de casa pra eles. Minha mãe em seguida afirmou:
- Tudo bem seu Zé Lopes, no sábado, que é quando eu recebo dinheiro, o senhor venha que eu lhe pago. Ah! Traga a tampa do depósito.
Minha mãe trabalhava na fábrica durante o dia, e a noite labutava numa máquina de costura até altas horas. Logo após a saída do Sr. José Lopes, minha mãe exclamou:
- Banheiro todos dois! Quando ela mandava para o banheiro, era cacete na certa, o pau ia comer. Minha irmã, já sabendo qual seria o resultado, falou:
- Mas mãezinha!...
- Eu sei! Eu sei que não foram eles, porém, vão apanhar para aprenderem a escolher melhor as companhias, se fizeram isso com um simples depósito de confeitos, quem sabe, amanhã farão com alguma coisa de maior valor, atalhou minha mãe.
A lição que minha mãe nos deu, foi o suficiente para que nós entendêssemos que aquelas não eram as companhias ideais, e aí, partíssemos em busca de novas amizades, procurássemos pessoas honestas, com grandeza de caráter e que realmente merecessem o nosso afeto, pois o caráter do ser humano se mede pelas suas atitudes.O que me fez lembrar essa história, foi o conchavo político feito entre a governadora Vilma de Faria e o senador Garibaldi Alves, durante a campanha passada para a Prefeitura do Natal, a fim de apoiar a candidatura da deputada Fátima Bezerra.Na campanha de 1985, também para a Prefeitura do Natal, ambos eram candidatos, viviam se digladiando, nenhum dos dois prestava, ou seja, um sempre botando defeitos no outro.Quando na campanha de 2000 para a prefeitura de Natal, a professora Wilma de Faria, já rompida politicamente com o senhor José Agripino, recebe o apoio do então governador, senhor Garibaldi Alves e é reeleita prefeita de Natal. Aí, as coisas haviam mudado, ambos eram bonzinhos, honestos, trabalhadores, passou-se uma vassoura, e toda sujeira foi parar embaixo do tapete. Em 2002, Wilma de Faria foi eleita governadora com mais de 60% dos votos válidos, concorrendo com o senhor. Fernando Freire. Acontece porém, que o senhor Garibaldi Alves, que na época havia renunciado ao governo e era candidato a uma vaga no senado, apoiava a reeleição do seu ex vice. Nessa altura dos acontecimentos, já não se faz necessário ser cigano para adivinhar o que aconteceu, as farpas começaram a se cruzar no ar, ambos voltaram a não prestar, e a sujeira que estava em baixo do tapete afluiu. Já na campanha para governador em 2006, por ter sido mais recente, com certeza todos se lembram, os ataques ressurgiram com maior intensidade, inclusive, o senhor Garibaldi Alves embolsou todo dinheiro da venda da COSERN, segundo acusações da senhora Wilma de Faria, que por outro lado, foi acusada de conivência com a formação do bloco Foliaduto, criado pelo seu irmão Carlos Faria, ex secretário da Casa Civil, auxiliado pelo Sr Ítalo Gurgel, ex Coordenador do Gabinete Civil da Governadoria, e demais associados. O resultado todos nós sabemos, veio a reeleição e, queira ou não, o povo potiguar vai ter que suportar a senhora Wilma até 2010. Hoje as coisas vão muito bem, obrigado. Existe uma harmonia incrível entre ambos, as mazelas desapareceram, os ataques sumiram, passaram novamente ao status de bonzinhos, e toda sujeira voltou ao seu habitat anterior, ou seja, em baixo do tapete.E a deputada Fátima Bezerra? Será que vai bem? Será que esse malfadado apoio lhe rendeu voto? Ou será que somente lhe tirou voto? Eu particularmente acredito na segunda versão, pois ao aceitar o apoio, a deputada igualou-se a eles. O povo pode até ter esquecido alguns fatos do passado, porém, tenho plena convicção que não esqueceram aquele ditado que diz: Dizes-me com quem andas que te direi quem és. Será que a deputada aprendeu?
Rosemildo Sales Furtado
E-Mail:pio1furtado@oi.com.br
Lembro-me como se fosse hoje, aos nove anos de idade, morávamos, eu, meu pai, minha mãe, quatro irmãs e um irmão, numa vila, composta apenas de oito casas, construída numa pequena parte de um terreno de propriedade da Fábrica Tacaruna, situada na cidade de Olinda. Atualmente, em todo o terreno, inclusive onde se situava a vila, nada mais resta, a não ser a fábrica e o imponente Centro de Convenções de Pernambuco, que foi construído posteriormente. Mas, voltando ao passado, num certo dia já à tardinha, apareceu em nossa casa o Sr. José Lopes, proprietário de uma barraca, localizada próximo ao local onde nós (crianças) jogávamos bola, e falou pra minha mãe.
- D. Adelaide, eu vim aqui lhe dizer, que seus filhos quebraram um dos meus depósitos de confeitos. Minha mãe então perguntou:
- O senhor viu se foram eles?
- Não! Não vi, mas os meninos disseram que foram eles, Respondeu o barraqueiro. Minha irmã, mais velha que nós, eu e meu irmão, ouvindo toda a conversa,falou:
- Não mãezinha! Não foram eles, eles passaram a tarde toda comigo, pois eu estava ensinando os deveres de casa pra eles. Minha mãe em seguida afirmou:
- Tudo bem seu Zé Lopes, no sábado, que é quando eu recebo dinheiro, o senhor venha que eu lhe pago. Ah! Traga a tampa do depósito.
Minha mãe trabalhava na fábrica durante o dia, e a noite labutava numa máquina de costura até altas horas. Logo após a saída do Sr. José Lopes, minha mãe exclamou:
- Banheiro todos dois! Quando ela mandava para o banheiro, era cacete na certa, o pau ia comer. Minha irmã, já sabendo qual seria o resultado, falou:
- Mas mãezinha!...
- Eu sei! Eu sei que não foram eles, porém, vão apanhar para aprenderem a escolher melhor as companhias, se fizeram isso com um simples depósito de confeitos, quem sabe, amanhã farão com alguma coisa de maior valor, atalhou minha mãe.
A lição que minha mãe nos deu, foi o suficiente para que nós entendêssemos que aquelas não eram as companhias ideais, e aí, partíssemos em busca de novas amizades, procurássemos pessoas honestas, com grandeza de caráter e que realmente merecessem o nosso afeto, pois o caráter do ser humano se mede pelas suas atitudes.O que me fez lembrar essa história, foi o conchavo político feito entre a governadora Vilma de Faria e o senador Garibaldi Alves, durante a campanha passada para a Prefeitura do Natal, a fim de apoiar a candidatura da deputada Fátima Bezerra.Na campanha de 1985, também para a Prefeitura do Natal, ambos eram candidatos, viviam se digladiando, nenhum dos dois prestava, ou seja, um sempre botando defeitos no outro.Quando na campanha de 2000 para a prefeitura de Natal, a professora Wilma de Faria, já rompida politicamente com o senhor José Agripino, recebe o apoio do então governador, senhor Garibaldi Alves e é reeleita prefeita de Natal. Aí, as coisas haviam mudado, ambos eram bonzinhos, honestos, trabalhadores, passou-se uma vassoura, e toda sujeira foi parar embaixo do tapete. Em 2002, Wilma de Faria foi eleita governadora com mais de 60% dos votos válidos, concorrendo com o senhor. Fernando Freire. Acontece porém, que o senhor Garibaldi Alves, que na época havia renunciado ao governo e era candidato a uma vaga no senado, apoiava a reeleição do seu ex vice. Nessa altura dos acontecimentos, já não se faz necessário ser cigano para adivinhar o que aconteceu, as farpas começaram a se cruzar no ar, ambos voltaram a não prestar, e a sujeira que estava em baixo do tapete afluiu. Já na campanha para governador em 2006, por ter sido mais recente, com certeza todos se lembram, os ataques ressurgiram com maior intensidade, inclusive, o senhor Garibaldi Alves embolsou todo dinheiro da venda da COSERN, segundo acusações da senhora Wilma de Faria, que por outro lado, foi acusada de conivência com a formação do bloco Foliaduto, criado pelo seu irmão Carlos Faria, ex secretário da Casa Civil, auxiliado pelo Sr Ítalo Gurgel, ex Coordenador do Gabinete Civil da Governadoria, e demais associados. O resultado todos nós sabemos, veio a reeleição e, queira ou não, o povo potiguar vai ter que suportar a senhora Wilma até 2010. Hoje as coisas vão muito bem, obrigado. Existe uma harmonia incrível entre ambos, as mazelas desapareceram, os ataques sumiram, passaram novamente ao status de bonzinhos, e toda sujeira voltou ao seu habitat anterior, ou seja, em baixo do tapete.E a deputada Fátima Bezerra? Será que vai bem? Será que esse malfadado apoio lhe rendeu voto? Ou será que somente lhe tirou voto? Eu particularmente acredito na segunda versão, pois ao aceitar o apoio, a deputada igualou-se a eles. O povo pode até ter esquecido alguns fatos do passado, porém, tenho plena convicção que não esqueceram aquele ditado que diz: Dizes-me com quem andas que te direi quem és. Será que a deputada aprendeu?
Rosemildo Sales Furtado
E-Mail:pio1furtado@oi.com.br