INFÂNCIA
Não
mais existe, a casa em que passei,
Meus
descansados dias de criança.
O
parreiral, que em sua sombra mansa,
Minhas
primeiras lições estudei.
O
jardim em flor - grata lembrança -,
Onde
azuis borboletas eu peguei.
O
cajueiro que em alta trança,
Sem
temor tantas vezes me embalei.
O
trajeto da vida hoje eu seguindo,
As
mortas ilusões eu vou deixando.
Enquanto
vagos sonhos vêm surgindo,
Só
a infância nos dá num viver brando.
A
morte, um doce adormecer sorrindo,
E
um despertar pela manhã brincando.
R.S.
Furtado