A
ARANHA
Num
ângulo do teto, ágil e astuta, a aranha
Sobre
invisivel tear tecendo a tenue seda,
Arma
o artístico ardil em que as moscas apanha
E,
insidiosa e subtil, os insectos enleia.
Faz
do flúido que flue das entranhas a extranha
E
fina trama ideal de seda que a rodeia
E,
alargando o aronhol, os élos emaranha
Do
alvo disco nupcial, que a luz do sol prateia.
Em
flóculos de espuma urde, borda e desenha
O
arabesco fatal, onde os palpos apoia
E,
tenaz, a caçar os insectos se empenha.
Vive
na mata e produz, nessa faina enfadonha;
E, o
fascinante olhar a arder como uma joia,
Morre
na própria teia, onde trabalha e sonha.
Da
Costa e Silva
Antonio Francisco da Costa e Silva nasceu em Amarante, Estado do
Piauí. Advogado. Sangue é seu livro de estráia na poesia, em 1908.
Sua obra estraordinária oscilou entre o parnasianismo e o simbolismo
mas sempre com um estilo próprio e inconfundível. Leia mais aqui:
5 comentários:
Olhei bem rápido a foto e li quase correndo,rs MOOOOOOrro de medo dessa bichinha,tenho trauma! abração,tudo de bom,chica
Há que dar lugar a um pouco de diversão.pois o
trabalho mata......
Abraço
Olá, Rosemildo
Não gosto nada de aranhas, e se forem dum certo tamanho... aí vira pavor, mesmo. Fico toda arrepiada só de as ver.
Mas achei o poema magnífico, muito bem construído em todos os pormenores.
Conheço muito mal o autor - Da Costa e Silva - embora não me seja totalmente estranho.
Dias felizes.
Beijinhos
SIEMPRE NOS COMPARTES EXCELENTES POEMAS. GRACIAS.
UN ABRAZO
Oi Rosemildo,
Eu não tenho medo de aranhas comuns, só daquelas pretas cabeludas.Ai!
Mas a poesia é linda como é lindo o trabalho das aranhas.
Uma linda noite
Beijos
Lua Sigular
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