FOGO
NA MATA
O
fogo se alastra rugindo qual fera
sedenta
de sangue ao baque da presa.
E
nessa volúpia de gozo e braveza
o
ventre escaldante revolve e descerra!
E
abrange a amplitude, e rasga e se aferra,
lambendo
raivoso, voraz na destreza!
E a
mata se dobra, na rude grandeza,
tombando
entre as chamas à face da terra.
Por
entre o negrume crepita o braseiro,
e o
pobre colono, de braços cruzados,
lamenta
impotente a falta do aceiro...
Agora
já é tarde. Pois nada mais resta
senão
que trabalhos por força dobrados
e a
triste saudade da verde floresta...
Virgínia
Tamanini
Virgínia Gasparini Tamanini nasceu em 04/02/1897, na fazenda Boa
Vista, no Vale do Canaã, município de Santa Teresa, no Estado do
Espírito Santo. Seus pais, Epfânio Gasparini e Catarina Tamanini
Gasparini, ambos italianos que vieram como imigrantes para o Brasil.
Criada em fazenda, aprendeu as primeiras letras e adquiriu alguns
conhecimentos equivalentes ao ensino elemantar da época com
professores particulares. Mais tarde, prosseguiu seus estudos no Rio
de Janeiro, sob orientação de seu... Leia mais aqui:
Visite
também:
4 comentários:
O fogo é algo que me assusta sempre e vê-lo na mata, saber que ela será destruída dói muito! Linda poesia! abração,chica
Rosemildo
Quem em clima tropical já viu uma mata a arder, entende bem o soneto. Lendo bem as notas biográficas da poeta de Virgínia Tamanini, pode reparar que o soneto carrega uma marca da sua infância.
Abraços
Uma bela e triste poesia mostrando a relidade de nossas matas! Adorei conhecer a poetisa! bjs,
MUY TRISTE ESTE TEXTO.
UN ABRAZO
Postar um comentário