quarta-feira, 4 de junho de 2014

Fogo na mata.

 

FOGO NA MATA

O fogo se alastra rugindo qual fera
sedenta de sangue ao baque da presa.
E nessa volúpia de gozo e braveza
o ventre escaldante revolve e descerra!

E abrange a amplitude, e rasga e se aferra,
lambendo raivoso, voraz na destreza!
E a mata se dobra, na rude grandeza,
tombando entre as chamas à face da terra.

Por entre o negrume crepita o braseiro,
e o pobre colono, de braços cruzados,
lamenta impotente a falta do aceiro...

Agora já é tarde. Pois nada mais resta
senão que trabalhos por força dobrados
e a triste saudade da verde floresta...

Virgínia Tamanini


Virgínia Gasparini Tamanini nasceu em 04/02/1897, na fazenda Boa Vista, no Vale do Canaã, município de Santa Teresa, no Estado do Espírito Santo. Seus pais, Epfânio Gasparini e Catarina Tamanini Gasparini, ambos italianos que vieram como imigrantes para o Brasil.

Criada em fazenda, aprendeu as primeiras letras e adquiriu alguns conhecimentos equivalentes ao ensino elemantar da época com professores particulares. Mais tarde, prosseguiu seus estudos no Rio de Janeiro, sob orientação de seu... Leia mais aqui:

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4 comentários:

chica disse...

O fogo é algo que me assusta sempre e vê-lo na mata, saber que ela será destruída dói muito! Linda poesia! abração,chica

Daniel Costa disse...

Rosemildo

Quem em clima tropical já viu uma mata a arder, entende bem o soneto. Lendo bem as notas biográficas da poeta de Virgínia Tamanini, pode reparar que o soneto carrega uma marca da sua infância.
Abraços

Anne Lieri disse...

Uma bela e triste poesia mostrando a relidade de nossas matas! Adorei conhecer a poetisa! bjs,

AdolfO ReltiH disse...

MUY TRISTE ESTE TEXTO.
UN ABRAZO