SONETO
D'OUTONO
Grandes
panos grisalhos... Folhas mortas
nos
esqueletos d'árvores d'outono...
A
Morte e o Frio andam batendo as portas,
e o
vento ulula como um cão sem dono.
(Pelos
outonos, minha Primavera,
padeço
as agonias ambientes,
e há
no meu peito alguém que desespera...
–
Por que há de haver outonos e poentes!)
Nesta
paisagem lívida de spleen
a
Alegria expirou dentro de mim;
e o
Sol, o loiro Sol do meu país!
Morreu
de tédio pelo outono gris...
–
Como a nódoa d'azeite que s'espalma,
a
Tristeza manchou toda a minh'alma!
Guerra Duval
Guerra Duval nasceu em Porto Alegre no dia 31 de maio de 1872.
Tendo feito os cursos preparatórios em sua cidade natal, estudou na
Faculdade de Direito
de São Paulo, pela qual se formou em 1892.
Ingressou na carreira diplomática em outubro de 1895 como
segundo-secretário da
delegação brasileira em Assunção, no
Paraguai. Posto em disponibilidade em dezembro de
1897, retornou à
atividade diplomática em dezembro de 1904. No ano seguinte seguiu
para
São Petersburgo, atual Leningrado, na União Soviética, onde
foi encarregado de negócios
de setembro de 1906 a julho de 1907.
Ainda como segundo-secretário, serviu novamente
em Assunção a
partir de agosto de 1908 e, mais tarde, em Buenos Aires e em Lisboa.
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2 comentários:
Bom dia Furtado,
Melancólico, mas bonito e intenso o soneto de D'outono.
Mais um autor que gostei de ler a respeito.
Ele publicou 1 livro e deixou inéditos 3 volumes, então acho que ele gostava mais de ser diplomata!!
Bjs.
Boa noite Rosemildo!
Gostei do Soneto de D'outono. Ainda não conhecia a obra do Guerra Duval. Achei interessante porque tive um blog com o mesmo nome do livro dele "Palavras que o vento leva", aliás ainda o blog existe só esta fechado há uns 4 anos.
Adorei conhecer mais esse autor.
Obrigada por compartilhar.
Um abraço!
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