segunda-feira, 10 de março de 2014

Poema a Carlos Drummond de Andrade.

  
POEMA A CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
 
A hora madura envolve-te e palpita
nela o que ora te oferta, ora recusa:
posse do que és, na solidão recôndita,
graça de amar, ressurreição dos mitos.

Claros enigmas riscam céus distantes.
Falam-te as coisas pela voz que é o próprio
sentimento do mundo e pela meiga
sombra gentil que ressuscita a infância.

Ouço-te andar nas lages desta rua,
que nem sei se é de Minas ou de alguma
pátria remota que ao teu canto se abre.

E amo-te a voz multiplicada em ecos:
verbo dócil à força íntima e pura
que à máquina do mundo se incorpora.

Emílio Moura


Emílio Guimarães Moura nasceu em Dores do Indaiá (MG), em 14 de agosto de 1902. Homem de indelével suavidade, como o definiu Drummond num dos inúmeros poemas dedicados ao amigo. Emílio Moura integrou o grupo mineiro que modificou os rumos da literatura brasileira. Já no início da década de 1920, tempos de efervescência cultural no País, aproximou-se, além do poeta itabirano, de personalidades como Abgar Renault, Pedro Nava, Milton Campos, João Alphonsus, Gustavo Capanema e Aníbal Machado.

Incansável, a turma de ilustres companheiros iniciava sua formação através da troca de experiências e discussões intelectuais. "Todos vinham de cidades do interior... Leia mais aqui: 

Visite também:
http://web.face.ufmg.br/face/portal/institucional/face/historico/56.html

4 comentários:

chica disse...

Poema e homenagem lindos! abração,ótima semana,chica

Lia Noronha disse...

Furtado: Drummond sempre tem carta aberta aos nossos corações..deslumbrados por ele.
Grata por sua visita ao meu Cotidiano.abraçoss

Anne Lieri disse...

Que maravilhosa e merecida homenagem a Drummond! Gostei demais! Abraços e boa semana,

Anônimo disse...

GRANDIOSO TEXTO!!!! GRACIAS POR COMPARTIR.
UN ABRAZO