POEMA
A CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
A
hora madura envolve-te e palpita
nela
o que ora te oferta, ora recusa:
posse
do que és, na solidão recôndita,
graça
de amar, ressurreição dos mitos.
Claros
enigmas riscam céus distantes.
Falam-te
as coisas pela voz que é o próprio
sentimento
do mundo e pela meiga
sombra
gentil que ressuscita a infância.
Ouço-te
andar nas lages desta rua,
que
nem sei se é de Minas ou de alguma
pátria
remota que ao teu canto se abre.
E
amo-te a voz multiplicada em ecos:
verbo
dócil à força íntima e pura
que
à máquina do mundo se incorpora.
Emílio
Moura
Emílio
Guimarães Moura nasceu em Dores do Indaiá (MG), em 14 de agosto de
1902. Homem de indelével suavidade, como o definiu Drummond num dos
inúmeros poemas dedicados ao amigo. Emílio Moura integrou o grupo
mineiro que modificou os rumos da literatura brasileira. Já no
início da década de 1920, tempos de efervescência cultural no
País, aproximou-se, além do poeta itabirano, de personalidades como
Abgar Renault, Pedro Nava, Milton Campos, João Alphonsus, Gustavo
Capanema e Aníbal Machado.
Incansável,
a turma de ilustres companheiros iniciava sua formação através da
troca de experiências e discussões intelectuais. "Todos vinham
de cidades do interior... Leia mais aqui:
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4 comentários:
Poema e homenagem lindos! abração,ótima semana,chica
Furtado: Drummond sempre tem carta aberta aos nossos corações..deslumbrados por ele.
Grata por sua visita ao meu Cotidiano.abraçoss
Que maravilhosa e merecida homenagem a Drummond! Gostei demais! Abraços e boa semana,
GRANDIOSO TEXTO!!!! GRACIAS POR COMPARTIR.
UN ABRAZO
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