A
FLOR E A BRISA
Linda flor que na
floresta
Vivia triste a cismar,
Fez-lhe um dia a brisa
festa,
E pôs-se a flor a
corar.
– “Que sentes,
linda florzinha,
Perguntou-lhe a brisa
então,
Dói-te o viver tão
sozinha
Nesta erma solidão?”
– “Meiga brisa,
mais corada
Respondeu-lhe a flor
assim,
Eu vivo aqui
desprezada,
Ninguém se lembra de
mim!”
– “Pois virei, flor
de esperança,
Falar-te de amor e
Deus:
Mas dar-me-ás por
lembrança
Num beijo os perfumes
teus.”
E foi-se lá na
floresta,
Deixando-a triste a
cismar:
E nunca mais fez-lhe
festa,
Que a flor se pôs a
murchar!
Bittencourt Sampaio
Francisco Leite de Bittencourt Sampaio nasceu em laranjeiras (SE) dia 11 de fevereiro de 1834 e desencarnou no Rio de Janeiro a 10 de outubro de 1885.
Foi jurisconsulto,
magistrado, político, alto funcionário público, jornalista,
literato, renomado poeta lírico e excelente médium espírita.
Militante na política,
filiou-se ao partido liberal. Foi eleito deputado para a Assembleia
Geral Legislativa nas legislaturas 1864-1866 e 1867-1870. Neste
último período foi presidente do Espírito Santo, nomeado por carta
imperial. Leia mais aqui:
Visite também:
5 comentários:
Adorei a poesia, a cadência e o sentido dos versos! Linda! abração,ótimo dia! chica
Perfuma a fresca brisa!
Na floresta nascida e criada
Na primavera mais bonita
A flor perfumada...
Nos jardins também!
Verdes plantas florindo
Lindos versos escritos tem
O seu poema é lindo...
Um bom dia para você amigo Furtado, um abraço
Eduardo.
Olá
Que bela poesia!
Adoro as flores e a brisa leve que bate meu rosto numa solidão à beira do mar.
Beijos
Lua Singular
Boa noite Furtado!
Ah, que dó da florzinha que vive na solidão.
Poesia bonita e triste ao mesmo tempo!
Bjs
Rosemildo, estar atento ao teu acervo, vale a pena para enriquecer sempre a cultura. Mormente a cultura poética, como agora está acontecer com o belo poema de Francisco Leite Bittencourt Sampaio.
Abraços
Postar um comentário