SONETO
“Em
1817 em Pernambuco levantou-se o grito em prol da republica, e,
apesar de haver recusado o cargo de conselheiro do governo provisório
pela revolução, foi Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e
Silva preso, e julgado ter de subir ao cadafalso não sucumbiu, antes
resignado e pronto a morrer pela pátria, escreveu em horas de agonia
este soneto de altiva inspiração”:
Sagrada
emanação da divindade,
Aqui
do cadafalso eu te saúdo;
Nem
com tormentos nem revezes mudo,
Fui
teu votário e sou, ó liberdade.
Pode
a vida feroz brutalidade
Arrancar-me
em tormento o mais agudo;
Porém
zomba do déspota sanhudo
De
min'alma a nativa dignidade.
Livre
nasci, vivi e livre espero
Encerrar-me
na fria sepultura,
Onde
império não tem mando severo.
Nem
da morte a medonha catadura
Incutir
pode horror n'um peito fero,
Que
aos fracos somente a morte é dura.
Andrada
Machado
(1773-1845)
Nascido em Santos, Antônio Carlos forma-se em Direito e Filosofia
pela Universidade de Coimbra. Ocupa os cargos de juiz de paz, em sua
cidade natal; de ouvidor, na comarca de Olinda; e de desembargador,
na Relação da Bahia. Defensor da Independência, participa em
Pernambuco da Revolução de 1818, ficando por isto preso durante
quatro anos em Salvador. Em 1821 elege-se deputado às Cortes de
Lisboa, onde luta em vão contra as medidas recolonizadoras.
Retirando-se de Portugal, refugia-se na Inglaterra. De lá volta ao
Brasil em 1823, sendo eleito deputado à Assembléia Constituinte, na
qual assume a presidência e é relator do projeto da Constituição.
Após o fechamento da Constituinte, exila-se na França, juntamente
com seus irmãos José Bonifácio e Martim Francisco. No mesmo ano
casa-se com Ana Josefina de Carvalho, filha de sua irmã Ana
Marcelina Ribeiro de Andrada. Reside na França por cinco anos;
retorna ao Brasil em 1828 e, após a abdicação de d. Pedro I em
1831, toma parte nas lutas políticas da Regência, participando do
movimento restaurador. Em 1838 é eleito deputado geral por São
Paulo, sendo um dos artífices da antecipação da maioridade de d.
Pedro II. Ocupa a pasta do Império no gabinete de 24 de julho de
1840. Em 1845 elege-se senador por Pernambuco, mas falece, no Rio de
Janeiro, antes de exercer o mandato.
Fonte: www.obrabonifacio.com.br
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7 comentários:
Lindo soneto e ,se não erro, é novo por aqui esse autor.abração praiano,chica
Oi meu querido!
Obrigada pela visita,tudo bem né?
Olha, lindo soneto do
Andrada Machado.
Bjos e excelente fds pra ti!
Caro Rosemildo, Como aprecio muito fatos históricos. História em si, é sempre um prazer ler-te. Trazes sempre assuntos de suma importância.
Abraço
Muito lindo, forte e honrado poema amigo Rosemildo!!
Beijos
OI ROSEMILDO!
INTERESSANTE!
É A NOSSA HISTÓRIA BRASILEIRA,QUE NOS CHEGA, RICA, NOS REVELANDO PERSONALIDADES QUE NÃO CONHECÍAMOS.
MUITO BONITO O POEMA, SENTE-SE QUE É DE ALGUÉM EM MOMENTO DE SOFRIMENTO, LINDO DEMAIS.
PARABÉNS PELO POST.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Olá Rosemildo.
Primeiramente agradecer as carinhosas palavras em seu comentário.
Hoje carecemos de líderes sociais. O que está sobrando são baderneiros que se escondem nos movimentos legais. Acredito que isso seja armação política (esperem a aproximação da copa). Acho que a coisa vai ficar feia.
Antonio Carlos exemplo de líder em seu tempo.
Vou publicar uma notícia em meu blog. Dá uma olhadinha. O que achas?
Prazer em tê-lo como seguidor do meu humilde cantinho.
Volte sempre.
Um grande abraço.
Bela escolha, Furtado! Intenso soneto!
Assim como seu leitor acima, aprecio também fatos históricos. Impressionante, como filósofos , depois de Aristóteles com " A Poética", passaram a abordar a arte literária. Adorei seu post!!!
Um beijo, amigo, e parabéns por seu capricho e sua preocupação em oferecer obras inéditas aos seus leitores.
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