segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Nesta última tarde em que respiro.



NESTA ÚLTIMA TARDE EM QUE RESPIRO

Nesta última tarde em que respiro
A justa luz que nasce das palavras
E no largo horizonte se dissipa
Quantos segredos únicos, precisos,
E que altiva promessa fica ardendo
Na ausência interminável do teu rosto.
Pois não posso dizer sequer que te amei nunca
Senão em cada gesto e pensamento
E dentro destes vagos vãos poemas;
E já todos me ensinam em linguagem simples
Que somos mera fábula, obscuramente
Inventada na rima de um qualquer
Cantor sem voz batendo no teclado;
Desta falta de tempo, sorte, e jeito,
Se faz noutro futuro o nosso encontro.

António Franco



Leia mais um belo poema e a biografia do autor aqui:

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3 comentários:

Anônimo disse...

UN TEXTO SOBERBIO!!! GRACIAS POR COMPARTIRLO.
UN ABRAZO

chica disse...

Muito linda essa poesia,Rosemildo! abração,ótima semana!chica

Unknown disse...

"somos mera fábula, obscuramente
Inventada na rima de um qualquer
Cantor"

Forte, profundo e sem saber se tem algo a contestar. Nesse teatro instantâneo de que fazemos parte, criamos e vivemos por instante até um acontecer um simples estalos e tudo se apagar como se nem estivesse existido, porque o tempo dar-se por esquecido...

Sempre encantada

Beijinhos meu amigo

Livinha