EURÍDICE
Traíram-te
os deuses quando adormeceste
entre
urzes e ciclames cor-de-malva.
Era
teu sono mais profundo que o mar,
esse
tranquilo e luminoso mar Egeu
que
olhavas abandonada e frágil
enquanto
ouvias a música de Orfeu.
Levaram-te
em segredo na barca de Caronte
para
um mundo de sombras e de silêncio.
Doce
ilusão a tua quando ouviste o som da lira
e
um íntimo rumor de passos conhecidos.
Como
sombra impaciente teu amor seguiste
de
regresso à luz da pátria estremecida.
Mas
no Estige, nesse rio de névoa e solidão,
esqueceu
Orfeu o que a Perséfone prometera:
para
trás olhou, e a sombra que já eras
entre
sombras para sempre se perdeu.
António Queiroz
António José de Queiróz nasceu em Vila Meã, concelho de Amarante, no dia 4 de Maio de 1954. Doutor em História pela faculdade de Letras da Universidade do Porto, é professor do Ensino Secundário.
Fundador e director das revistas literárias Cadernos do Tâmega (Amarante, 1989-1995), Anto (Amarante, 1997-2000) e Saudade (em curso de publicação desde 2001, em Amarante), fez parte do Conselho de Redacção da revista Nova Renascença (Porto). De Dezembro de 1999 a Dezembro de 2003 foi director do Jornal de Vila Meã. Leia mais aqui:
Fonte: Projecto Vercial
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8 comentários:
Olá Rosemildo,
Excelente postagem.
Não conhecia a Biografia de António Queiroz, nem suas obras.
O bom de visitar teu blog, é que encontramos sempre novidades de grande Escritores e Poetas.
Parabéns pela postagem!
Deixo um abraço com desejo de uma ótima semana!
tão lindo, Furtado.
vou "roubá-lo" daqui, já vestida dele.
não conhecia este poeta.
gostei muito.
beijo.
vento.
Bom dia meu querido !!!!!!!!!!!
Sempre a respirar literatura ...nessa viagem em Artes&Emoções...grandes poetas e escritores mora aqui...
Estou com uma postagem homenageando o dia nacional do livro.Espero que gostes e que adivinhe onde foram tiradas as fotos que compõe a postagem,rsrsrsrsrsr
bjs de bom dia !
Poesia intensa, linda! Mais uma "garimpada" por ti...abração,chica
Bela poesia que retrata um pouco da mitologia. Gosto dessas histórias! bjs,
Olá Furtado! Que lindeza !!
A história é triste,mas carregadinha de lirismo.
Eurídice foi mordida por uma cobra, e morreu.
Muito lindo esse poema! Um belo post,como sempre.
Adorei! Adorei também sua visita. E vc não imagina o quanto.Obrigada pela força. Estava precisando.
Um beijo,amigo sensível,pra você e sua linda família.
Olá Rosemildo,
Gosto desse trabalho que você desenvolve aqui.
São biografia e obras de poetas e Escritores que merece ser lembrado e homenageado.
Parabéns por essa iniciativa.
Vou da uma passadinha pelo seu outro blog pra ver as novidade por lá.
Abraço meu amigo!
ótima sexta-feira com excelente final de semana!
Olá Vento! Estive no teu espaço, mas infelizmente não tive como deixar comentários.
Fiquei muito feliz com a tua visita e espero que voltes sempre.
Beijos,
Furtado.
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