PÚRPURAS
Na púrpura do
verso o ouro do Sonho ardente,
Fio a fio, teci.
Era manhã! Radiava
Em pleno azul o meu
belo sol adolescente.
E o meu Sonho, a
essa luz, resplendia e cantava.
Como a enrediça, a
vida, indomada e ascendente,
Por minha mocidade
em mil voltas serpeava.
E tudo, no
esplendor de um mundo renascente,
Sonoro, multicor,
multímodo, vibrava.
Musa, que não
gemeu flébil, magoada e langue:
Vivaz, tonto de
luz, salte o primeiro verso.
Ao primeiro rebate
estuoso do meu sangue.
Ó selvas
tropicais! Ó sonoras luxúrias!
Mundo excelso do
Sonho, esvoaçando, disperso,
No incontentado
ardor dessas rimas purpúreas!
Arthur de Salles
Arthur Gonçalves de Sales foi poeta, tradutor e escritor brasileiro, filho
de Sinto Aquino Rego e Maria Eufrosina de Aragão Sales. Nasceu a 7
de Março de 1879 no bairro do Pilar, na Cidade Baixa de Salvador. A água do mar
chegava próxima à porta de sua casa. Morava bem próximo ao Cais
Dourado, onde havia muitos estivadores, comerciantes e aconteciam
sambas-de-roda e rodas de capoeira. Essas primeiras impressões
marcariam-no profundamente. Elabora seus primeiros versos aos treze
anos e suas poesias são publicadas pela primeira vez em 1901 por
diversas revistas de Salvador.
Em 1905
forma-se pela Escola Normal da Bahia.
Arthur de
Salles foi Imortal da Academia Baiana de Letras, ocupando ali a
Cadeira de número 3, que ocupou até sua morte, em 1952, sendo
sucedido por Eloywaldo Chagas de Oliveira.
Em 1908 é
nomeado bibliotecário da Escola Agrícola da Bahia, situada na vila
de São Francisco do Conde. Publica seus poemas em diversas revistas
da Bahia. Por essa época, participa dos serões, dos recitais de
poesia na casa de seu tio Martinho Gonçalves de Salles Brasil, ao
lado de seu pai, Severiano, da poetisa Amélia Rodrigues, dos
Balthazar da Silveira, dos Mangabeira etc.
A
Revolução de 1930 fechou os Aprendizados e fez com que o poeta
caísse em disponibilidade não-remunerada. Em 1935 é nomeado para o
mesmo cargo de professor adjunto, para o Aprendizado de Quissamã,
Sergipe. Enquanto estava em disponibilidade, foi ensinar no Instituto
Baiano de Ensino de seus antigos condiscípulos Hugo e Giraldo
Balthazar da Silveira. Lecionou português, francês e história.
Fonte:
Wikipédia.
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5 comentários:
Muito linda tua escolha,Rosemildo, mais uma, aliás!! abração, tudo de bom, lindo domingo! chica
Um soneto primoroso!Bjs e boa semana pra vc,
Na púrpura do verso
O ouro do Sonho ardente
Neste mundo perverso
Governa ruim gente!
Tem regalias especiais
Recebem muito sem nada produzir
Causam medonhos temporais
Como o vento nas folhas das árvores a zumbir.
É uma pena continuarem
E povo consentir
Quanto com tudo acabarem
Com a guita vão fugir!
Obrigado amigo Furtado,
pela sua visita
Boa noite e um abraço
Do Eduardo.
Olá, Furtado
Bela escolha cheia de sabedoria poética...
Abraços fraternos de paz e bem
Um soneto maravilhoso e obrigada por me dar a conhecer mais um POETA brasileiro.
Como a nossa língua é bonita...
Estive ausente para terminar o meu livro que já está na fase de revisão. Um velho sonho, meu Amigo.
Abraço e uma semana feliz.
Graça
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