AUTO-RETRATO
- Magro, de olhos azuis, carão moreno,
- Bem servido de pés, meão na altura,
- Triste de facha, o mesmo de figura,
- Nariz alto no meio, e não pequeno;
- Incapaz de assistir num só terreno,
- Mais propenso ao furor do que à ternura;
- Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
- De zelos infernais letal veneno
- Devoto incensador de mil deidades
- (Digo, de moças mil) num só momento,
- E somente no altar amando os frades,
- Eis Bocage, em quem luz algum talento;
- Saíram dele mesmo estas verdades,
- Num dia em que se achou mais pachorrento.
Bocage
Manuel
Maria Barbosa du Bocage foi um poeta árcade precursor do
Romantismo. Espírito aventureiro, boêmio, antimonarquista e
anticatólico, foi romanticamente dominado pela ideia de sua vocação
de poeta e do paralelismo de sua vida com a de Camões.
- Alistou-se
na marinha real e em 1786 embarcou para a Índia. Esteve em Goa,
Damão e Macau. Nessa viagem, aportou no Rio de Janeiro. Em 1790, de
volta a Portugal, adere à Nova Arcádia com o nome de Elmano
Sadino, mas logo satiriza os companheiros e ocorre o rompimento.
Em 1797, sobretudo devido ao poema "Carta a Marília", cujo verso inicial é "Pavorosa ilusão de eternidade", recebe ordem de prisão. Após a condenação por impiedade e a estada nas masmorras do Limoeiro, nas da Inquisição, no claustro de São Bento e no convento dos oratorianos, Bocage se conforma Manuel Maria Barbosa du Bocage foi um poeta árcade precursor do Romantismo. Espírito aventureiro, boêmio, antimonarquista e anticatólico, foi romanticamente dominado pela ideia de sua vocação de poeta e do paralelismo de sua vida com a de Camões.
Alistou-se na marinha real e em 1786 embarcou para a Índia. Esteve em Goa, Damão e Macau. Nessa viagem, aportou no Rio de Janeiro. Em 1790, de volta a Portugal, adere à Nova Arcádia com o nome de Elmano Sadino, mas logo satiriza os companheiros e ocorre o rompimento.
Em 1797, sobretudo devido ao poema "Carta a Marília", cujo verso inicial é "Pavorosa ilusão de eternidade", recebe ordem de prisão. Após a condenação por impiedade e a estada nas masmorras do Limoeiro, nas da Inquisição, no claustro de São Bento e no convento dos oratorianos, Bocage se conforma às convenções morais e religiosas da época e se retrata. Leia mais aqui:
- Fonte: Wikipédia.
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- Literatura & Companhia Ilimitada
6 comentários:
Linda poesia e hoje fostes lá pro passado.Legal! abração,chica
╮✿✿ °•.¸
Passei para uma visitinha.
Estava com saudade do seu blog.
Um ótimo dia!
°º✿
❤♫ Beijinhos.
°º♡
Vc sempre trazendo grandes poetas e pensadores para nós!Muito linda sua poesia e maravilhosa homenagem!bjs,
Hoje vim te convidar a visitar o FOLHAS DE OUTONO através do Poema LENTES DO MEU OLHAR!
Que pode ser considerado uma arte,mas que na realidade revela o movimento que tem o teu olhar.
Peço desculpas por não poder deixar comentário,mas te espero lá para falar de vida e de lente que faz reinar a beleza da luz ...
bjs e até minha volta recuperada !
Oi Furtado!Voltei hoje pra dizer que tem poesia sua no meu blog Recanto dos autores.Segue o link se quiser ver:
http://recantodosautores.blogspot.com.br/2013/06/sao-joao-da-minha-terra.html
bjs,
Belíssimo poema, digo da irreverência do autor Bocage, boêmio, talvez um rebelde d'outros tempos,
com seu feitio romântico.
Não sei, palavras minhas pelo que assim o compreendi, embora de forma alguma o encaixe de qualquer critica pelo que bem compreendo o jeito de cada um, pois que assim por vezes me pareço...
Palavras libertinas do que se sabe, copioso em abundância pelo que se é...
Não conhecia um só poema dele e sabe que eu gostei...
Beijos meu grande amigo
Logo retornarei...
Livinha
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