QUASE SONETO CHEIO DE SI
ó minha amada, canto em teu louvor
como se fora nato noutras terras
mais adestradas nos bailes do amor,
em Franças, Alemanhas, Inglaterras;
canto-te assim com tal engenho e arte
que até Camões invejaria o fogo
com que me ardo, outrora degredado
entre mil musas lusas e andaluzas,
e agora regressado aos seus brasis,
ó minha ave, minha aventura
e sobretudo minha pátria amada
pra sempre idolatrada, salve, salve:
o resto é mar, silêncio ou literatura
Geraldo Carneiro
Geraldo Eduardo Carneiro nasceu em 11 de junho de 1952, em Belo Horizonte (MG). Três anos mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro. Poeta, publicou "Na Busca do Sete-Estrelo" (1974, Mapa Editora), "Verão Vagabundo" (1980, Editora Achiamê), "Piquenique em Xanadu" (1988, Espaço & Tempo, Prêmio Lei Sarney de melhor livro do ano), "Pandemônio" (1993, Arte Editora), "Folias Metafísicas" (1995, Editora Relume-Dumará), "Por Mares Nunca Dantes" (2000, Editora Objetiva),"Lira dos Cinqüent’anos" (2002, Relume-Dumará) e "Como um cometa" (infantil), (2009,IBEP Nacional). Lançou, em setembro/2010, "Poesia Reunida", Ed. Biblioteca Nacional/Ed. Nova Fronteira.
Publicou ainda "Vinicius de Moraes: A Fala da Paixão" (1984, Brasiliense) e "Leblon: A Crônica dos Anos Loucos" (1996, Rioarte/Relume-Dumará). Lançou também a tradução de alguns sonetos de W. Shakespeare, na coletânea "Sonhos da Insônia" (1997, Impressões do Brasil), publicada em parceria com Carlito Azevedo.
Escreveu mais de duas centenas de letras para músicas de Egberto Gismonti, Astor Piazzolla, Francis Hime, Wagner Tiso e outros, gravadas por diversos intérpretes, entre os quais os acima mencionados e mais Tom Jobim, Ney Matogrosso, Gal Costa, Olivia Byington, Miúcha, Fafá de Belém, Gal Costa, Lenine, Zé Renato, Zezé Motta, Vinicius de Moraes e Michel Legrand.
Foi traduzido, radiofonizado e publicado em francês, inglês, espanhol e italiano. Também com Francis Hime, escreveu poemas para a cantata "Carnavais", executada em 1988, e para a "Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião", encomendada pelo Governo do Estado, que estreou em 2000, no Teatro Municipal.
Escreveu artigos, poemas e ensaios para a maior parte das publicações brasileiras. Teve diversos textos teatrais encenados, originais e traduções, entre os quais "A Tempestade" e "As You Like It", ambas de William Shakespeare (encenadas em 1982 e 1985, sendo a primeira publicada pela Relume-Dumará), "A Bandeira dos Cinco Mil Réis" (encenada em 1986, publicada em 1992), "Manu Çaruê" (ópera performática com música de Wagner Tiso, encenada em 1988). Escreveu roteiros de cinema, minisséries e participou da criação do programa "Você Decide", do qual foi supervisor de texto. Adaptou diversas obras literárias para a TV, entre as quais a minissérie "O Sorriso do Lagarto", de João Ubaldo Ribeiro, e especiais para as séries "Brasil Especial" e "Brava Gente".
O poema acima foi extraído do livro "Lira dos cinqüent'anos", Relume-Dumará - Rio de Janeiro, 2002, pg. 86.
Fonte: http://www.releituras.com/
5 comentários:
UNA BELLA DEDICATORIA.
UN ABRAZO
Muito lindo! abraços,ótimo dia,chica
Belissimo e muito intenso...grande abraço de bom dia pra ti amigo,
E não é pra se achar?
Lindo poema devotado a pátria amada...
Como sempre trazendo profundos escritos para nos agraciar em tua casa...
Bjs
Livinha
Olá Furtado, como vai? Beleza de postagem. Grande Geraldinho! É um artista múltiplo,não é Furtado?Tal qual a nossa pátria...enorme, tão plural- e tão maltratada muitas das vezes.
Um grande abraço e minha admiração de sempre pelo belo conteúdo do blog.
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