NO TEU ANIVERSÁRIO
No lar cercam-te vozes d’alegria
em bando, em nuvens d’oiro, mariposas
que o teu olhar atrai. Canções e rosas
sob os teus pés desfolham-se à porfia.
A noite, alva corbelha de mimosas
sobre ti volta o arcanjo da poesia.
Nublam-se o sono as ondas vaporosas
do turib’lo do amor, como de dia.
Vives feliz no angélico ambiente
de fortuna, feliz. Mas considera,
que eu um pobre, eu misérrimo, eu doente,
eu vibraria a lira, se pudera
vibrar a lira frágil e inocente
a bruta e hedionda garra duma fera.
João Ribeiro.
João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes nasceu em laranjeiras, no estado de Sergipe, em 24 de junho de 1860. Em 1881 estava no Rio de Janeiro, onde se fez professor de estabelecimentos particulares de ensino. Em 1885 foi nomeado para a Biblioteca Nacional, depois de ter prestado concurso, e em 1887 concorreu à cadeira de Português do Colégio Pedro II, vindo a ser nomeado em 1890, professor de História Universal do mesmo colégio. Em 1894 formou-se em Direito e no ano seguinte visitou a Alemanha, a Itália, a Inglaterra e a França: estudou pintura no primeiro desses países, e recebeu a incumbência oficial de estudar a instrução pública européia. Em 1901 realiza outra viagem à Europa, e aperfeiçoa seus conhecimentos de pintura na Itália; em 1913 viaja para o Velho Mundo pela terceira e última vez. Em 1898 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, na primeira vaga ocorrida, a de Luís Guimarães Júnior, e em 1900 realizou no Rio de Janeiro uma exposição de seus quadros. Faleceu na então capital da República, em 13 de abril de 1934.
João Ribeiro foi de início considerado realista por Silvio Romero, em função de um livro que não chegou a publicar, Idílios Modernos, mas logo se fez o mais parnasiano que pode, como se observa pela exploração de temas gregos, na série de sonetos “Museon”, e não só por essa exploração, como pelo boleio da frase, pelas inversões e pelo uso sistemático das figuras de palavras. João Ribeiro tinha grande simpatia pelos novos; incentivou, por exemplo, os modernistas, mas o simbolismo jamais lhe agradou.
Não obteve grande evidência no parnasianismo, situação que ele próprio acoroçoou, ao dizer-se “péssimo poeta” e ao deixar a poesia de lado, ou quase. Granjeou, contudo, larga fama de erudito, fama essa que Alberto Ramos julgava curta para seu mérito, muito superior.
Fonte: “Poesias Parnasianas – Antologia” – Edições Melhoramentos – 1967.
14 comentários:
Venha buscar meu troféu.....com carinho prá voce!!
Postado aki no M@ria M@ria
Passei por aqui e adorei o blog...
Bem interessante e informativo.
Estou seguindo pra poder acompanhar as novidades.
Uma semana de muita paz!
Bjos mill
Admirável Poeta Amigo:
Um nome a reter: João Fernandes.
Deu-lhe vida de formas eloquente e mágica.
Quem não gosta? Não poderá haver ninguém. Creio que a beleza deixa marcas de si e do seu talento gigantesco.
Adorei. É extraordinário o seu poder sensível de expressar o que sente tão distante de nós: portugueses de Alma e coração de manteiga.
Adorei.
Uma página preciosa e bela que escreveu com o seu talento e preciosismo admiráveis.
Parabéns sinceros. É Mágico.
Abraço amigo de pasmo pela sua escrita com pureza e encanto.
Sempre a estimá-lo e a respeitá-lo
pena
Bem-Haja, fabuloso amigo.
Simplesmente, lindo e puro.
Enternecedor.
Bom diaaaaaaaaaa...Bela postagem!!
" Um poema feito de flores"
As flores serão poemas
os poemas serão beijos
e os beijos serão palavras
e as palavras serão poemas.
Poemas que escreverei hoje,
amanhã, ontem e sempre.
Num passado já tarde,
jamais esquecido.
Num futuro igual a hoje
porque hoje há amizade,
porque hoje existe,
e hoje será para sempre. "
( Manuela Sofia Tavares)
Uma semana poética e de muito amor no coração!!
Muito boa a escolha do dia! Linda semana,tudo de bom,abração,chica
Bela garimpagem...não o conhecia.Obrigada querido amigo por dividires informações e sabedorias.
Um grande beijo.
Belissimo poema,,,,não conhecia o autor....forte e fraterno abraço e o desejo que tenhas uma semana de paz....
Que linda poesia para começar a semana.
BeijooO'
Não gosto de jeito nenhum da temática parnasiana, mas esse poema é até intrigante.
Blog informativo. Bom trabalho!
Beijos
gracias por compartir estos bellos versos.
un abrazo
Uma linda escolha, Rosemildo. Estava com muita saudade desse seu espaço, de você. Vou fazer sempre o possível para estar sempre presente, para desfrutar melhor dos seus textos e da possibilidade de conhecer outros poetas. Adorei a postagem.
Bjs
Stella Tavares
Olá garimpeiro dos poetas, seu trabalho de pesquisa e conhecimento nos encanta a todos.
Forte abraço
Lindo como sempre, meu querido amigo.
Quanta sensibilidade nas escolhas.
Beijinhos
Sonhadora
"Não obteve grande evidência no parnasianismo, situação que ele próprio acoroçoou, ao dizer-se “péssimo poeta” e ao deixar a poesia de lado, ou quase. Granjeou, contudo, larga fama de erudito, fama essa que Alberto Ramos julgava curta para seu mérito, muito superior."
É sempre assim, nós brincamos com as palavras, marejamos os mars, voamos com os passarinhos, engolimos o dicionario, jorramos a essência de nossos sentimentos, cantamos nas letras fazendo delas verdadeiras canções e nunca nos acreditamos. Duvidamos de nossas divagações, encontramos falhas, algo sem graça e sem noção as vezes e ficamos encantados com o do outro... Por que em meu amigo? Tu sois assim tbém?
Belo, profundo, e forte
e não tem como não apreciar...
Linda semana pra ti
Bjs
Livinha
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