-->
ANESTESIA DENTÁRIA
1844
– Horace Wells, dentista americano, descobre a anestesia dentária.
Exercia a Odontologia em Hartford, Connecticut. Assistiu a 10 de
dezembro a uma exibição, em que o público se divertia com os
efeitos cômicos do protóxido de azoto. Desgovernado pela inalação
deste gás, um caiu com a perna sangrando, sem sentir dor. Wells, que
tudo observara, convidou o químico, Dr. G. Q. Colton, preparador do
referido protóxido a ir ao seu consultório. Presente ali no dia
imediato, Wells pediu ao seu colega Riggs que lhe extraísse um molar
superior, inalando previamente aquele gás. Assim se fez tendo o Dr.
Colton lhe anestesiado. Após a extração disse Wells: “Eis aqui
uma nova era da extração dentária. Nada me doeu, nem sequer a dor
da picada de um alfinete. É a maior descoberta já feita”. Desde
então Wells passou a aplicar diariamente o protóxido de azoto. Em
1845 foi a Boston propagar seu novo método. Dentre os dentistas e
médicos, somente Morton, seu antigo discípulo e colega de
consultório lhe deu crédito. Ambos convidaram o Dr. Warren, do
Hospital Geral de Massachusetts para uma demonstração aos seus
alunos.

Este, apesar de não crer na eficiência do protóxido de
azoto, incapaz, segundo ele, de anestesiar o tempo suficiente do ato
cirúrgico, acedeu ao convite. Reuniu na mesma noite os estudantes.
Iniciada a operação, diante de grande expectativa, o paciente gemeu
do primeiro ao último instante, redundando em tremando fracasso.
Wells foi ridicularizado e tachado de charlatão. Fora infeliz. O gás
empregado era de qualidade inferior. Desiludido, voltou a Hartford.
Dois anos depois, mais entusiasmado, embarcou para a Europa, a fim de
difundir a sua descoberta. A Sociedade Médica Francesa e os demais
médicos europeus, porém, não lhe deram ouvidos. Preferiram o éter
sulfúrico, de origem européia, mais conhecido entre eles. Além
disso, um médico escocês, o Dr. Simpson, descobriu os efeitos do
clorofórmio como anestésico. Desesperado, Wells voltou para os
Estados Unidos. Somente mais tarde é que a Sociedade Médica
Francesa lhe conferia um Diploma de Honra. Reconheceu nele o
verdadeiro descobridor da anestesia pelo protóxido. Uma carta lhe
comunicara que a Associação dos Médicos de Paris “proclamara,
por um voto, que é unicamente a Horácio Wells, de Hartford,
Connecticut, que cabe a honra de ter pela primeira vez vencido a dor,
fazendo um doente respirar os gases vaporizados”. Esta carta,
porém, chegou atrasada. Alguns dias antes, a 24 de janeiro de 1848,
torturado e desgostoso, Horácio Wells já se havia suicidado.
Nota:
Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre
professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes
Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 3, página 409.
Visite também: