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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Temei, Penhas...


TEMEI, PENHAS...

Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;

Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.

Cláudio Manoel Da Costa


Cláudio Manoel da Costa (o Glauceste Satúrnio), advogado, magistrado e poeta, nasceu em Vila do Ribeirão do Carmo (hoje Mariana), Minas Gerais, em 5 de junho de 1729. Após seus primeiros estudos com os jesuítas, no Rio de Janeiro, vai, em 1749, para a Universidade de Coimbra para estudar Direito.

Nessa época, entrou em contato com os ideais iluministas e absorveu o clima das primeiras manifestações do Arcadismo. Retornou ao Brasil em 1754, trabalhando como advogado em Vila Rica, Minas Gerais.

Em 1768, lançou seu livro de poesias, ‘Obras’, fundando a Arcádia Ultramarina.
Por ter participado como um dos líderes da Inconfidência Mineira, foi preso quando o movimento foi sufocado. Submetido a interrogatórios, fez algumas declarações comprometedoras sobre seus amigos, entre eles Tomás Antonio Gonzaga.

Foi encontrado morto, enforcado, em Ouro Preto, Minas Gerais,no dia 4 de julho de 1789, não se sabendo se cometeu suicídio ou se foi assassinado.

Obras:

Munúsculo métrico (1751)
Epicédio - em memória de Frei Gaspar da Encarnação (1753)
Labirinto de amor (1753)
Obras (1768)
Vila Rica (póstuma - 1839)
Obras poéticas (póstuma - 1903)
Poemas Escolhidos (1969)

Fonte: http://pt.shvoong.com/