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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Soneto de reencontro.


SONETO DO REENCONTRO 

Nada mais esperar, se o sentimento 
que um dia escravo e deus de mim fizera, 
é hoje o doce e amargo no alimento 
a alimentar quem sou com quem eu era 

e nunca o fui, senão em pensamento. 
Nada mais esperar? — Mas clama a espera no fundo 
do que sonho, quero e invento 
com o que resiste, em mim, ao anjo e à fera. 

Oh, não mais esperar!— E o desespero 
seria em minha voz, como em meus braços, 
a espera mais total, do prisioneiro 

que, encerrado em si mesmo, sente o espaço ... 
Que inteiro está o amor no derradeiro 
pedaço deste amor que despedaço. 

Afonso Félix de Sousa 


Afonso Félix de Sousa (Jaraguá/GO, 5 de julho de 1925 – Rio de Janeiro, 7 de setembro de 2002) foi um poeta, cronista, jornalista e tradutor brasileiro. 

Aos nove anos se mudou para Pires do Rio (GO), onde seu pai foi exercer o cargo de agente fiscal de rendas estaduais. 

Em 1942 publicou os primeiros poemas no jornal Voz Juvenil do Ginásio Anchieta, da cidade de Silvânia, onde estudava. No ano seguinte, mudou-se para Goiânia, onde iniciou sua atividade literária, colaborando em jornais como O Popular e a Folha de Goiás e na revista Oeste. Quer ler mais? 

Fonte: http://vendavaldasletras.wordpress.com/2011/07/11/afonso-felix-de-sousa-1925-%E2%80%93-2002/ 

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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Soneto do reencontro.


SONETO DO REENCONTRO 

A ausência que há em mim se transfigura 
e mãos e em olhos súbitos no poço, 
onde venho saciar, mais com ternura, 
a sede do cismar outrora moço. 

No fundo espelho a virgem prematura 
desnuda-se e reveste-se em colosso; 
e ao eco milenar que me tortura, 
responde cada voz que já não ouço. 

Oculta face pousa em minha face. 
Não sei de onde ela vem, de que distância: 
- se das raízes líquidas da pedra 

ou se de mim, se do silêncio medra, 
como a canção com que ressuscitasse 
os sepultados ídolos da infância. 

Bernardo Almeida 


Bernardo Almeida foi o nome literário e jornalístico de Bernardo Coelho de Almeida, que nasceu em São Bernardo, MA., em 13 de junho de 1927. Em 1938, já estava em São Luís, como seminarista, no Seminário de Santo Antônio, de onde passou ao Colégio Maranhense dos Irmãos Maristas. Transferiu-se de São Luís para Parnaíba-PI e depois para Fortaleza-CE, onde continuou os estudos, tendo concluído o curso secundário, no Liceu Maranhense, em São Luís. Escritor, poeta, romancista e cronista. Jornalista, iniciou-se na imprensa, escrevendo no Jornal do Povo, tendo escrito em outros jornais como em O Imparcial, onde semanalmente assinava uma crônica na seção “Ponto de Prosa”. Atuou, também, nos jornais O Estado do Maranhão e Jornal Pequeno. 

Fonte: http://www.guesaerrante.com.br/

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