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sábado, 5 de setembro de 2009

O corneteiro de Copacabana.

O CORNETEIRO DE COPACABANA
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De repente, a pequena distância, rompe a treva um gemido suave e dolorido.
Uma pausa ligeira, e outro gemido mais alto rasga o peito da noite, espalhando-se pela terra e pelo mar. É a corneta do forte que dá o seu último toque do dia. É o clarim militar, que, na boca de um soldado, manda aos soldados da fortaleza a última ordem sonora: a ordem de – silêncio!
E como é comovente, magoado e cortante, aquele apelo metálico, vibrado na sombra de uma praça de guerra, diante do oceano, que chora, e da cidade, que esplende! Quanta alma, quanta saudade põe aquele soldado no grito estridente ou na surdina melancólica daquele instrumento singelo e vazio...
A lembrança de sua casa, talvez. Talvez a lembrança de sua terra, que lá ficou no Sul, onde as coxilhas se estendem como as ondas do mar, ou do Norte, onde a cabana é um ninho a beira d’agua, sob a proteção farfalhante dos coqueirais...

Humberto de Campos.