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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sonetelheiro.

 

SONETELHEIRO

Aproveitei que desprezaram meu poemeto
Num sarauzim, ao argumento de obscuro,
Peguei papiro e abracei meu sonho duro:
Será que – enfim – logro compor algum soneto?

Forcei mi'a pena a tecer gás, qual carbureto,
Pra lapidar um lenho xucro e tão impuro
Cheguei com sorte a duas quadras, mas o enduro
Exige ainda, em seu final, duplo terceto.

Ó, São Petrarca... Empreste luz para este traste,
Que triste vê seu sonetar tão sem centelha...
Orei com fé, e esta estrofe veio à telha,

E a este tonto que só quer sagrar-se vate,
Por compaixão, 'il' santo baixa e me aconselha:
– Sem arremate, ó pobrezim, só se assemelha!

Rangel Mailton

 


Mailton Rangel de Freitas, poeta, compositor e artista plástico, nasceu em 07 de setembro de 1952, em Italva, interior do estado do Rio de Janeiro, quando a cidade ainda era um precário distrito do município de Campos dos Goitacazes.



Oriundo de família humilde, adicou-se na Baixada Fluminense desde os três anos de idade onde, durante as décadas de 70 e 80, mesmo extraindo seu sustento de subempregos, também se integrava, na medida do possível, a movimentos culturais e de formação de jovens. Assim, ele consolidou seu gosto pelas artes, apurando substancialmente... Leia mais aqui: