MORTA
Quando exalou seu derradeiro alento,
A tarde suspira, o sol descia.
De nuvens pardas todo o firmamento,
No tão pungente instante se vestia.
Tétrica tarde, fúnebre e sombria,
Para os seus que a cercavam no momento.
Tanta tristeza, e tanta dor havia,
E tanto pranto, e tanto desalento.
Da vida térrea então se despediu,
E com um brando aroma lentamente,
Ela risonha para o além partiu.
E hoje formosa qual estrela pura,
Entre flocos de nuvens transparentes,
Brilha sua alma na celeste altura.
R.S. Furtado