CRISANTEMAS
Tão
longe do Fúsi-no-Yama,
No
nosso outono, as exiladas
Crisantemas
da terra em chama,
Florescem
em tardes geladas.
Do
seu canto natal de flama
Ainda
mal desacostumadas,
Florescem
em tardes geladas,
Tão
longe do Fúsi-no-Yama!
E
uma noite negra de lama,
As
que viam noites doiradas,
Caem
nas charcas, desfolhadas...
Longe
de tudo o que se chama,
Tão
longe do Fúsi-no-Yama!
Alberto
Osório de Castro
Escritor e político
português nascido a 1 de março de 1868, em Coimbra, e falecido em
1946, em Lisboa. Licenciou-se em Direito pela Universidade de
Coimbra, onde ganhou interesse pela literatura, tendo colaborado na
revista Boémia Nova, juntamente com António Nobre, e
pertencido ao movimento do decadentismo-simbolismo. Foi amigo de
Camilo Pessanha, que o influenciou na sua poesia, repleta de
referências ao exotismo orientalista. Fundou o jornal político Novo
Tempo, que publicou os primeiros poemas de Camilo Pessanha. Como
magistrado, viajou pelo oriente – daí a infuência oriental na sua
poesia – e ocupou cargos em Angola, Timor e Índia. Veio a ser
Ministro da Justiça no governo de Sidónio Pais.
Da sua obra literária fazem parte: Exiladas (1846), A Cinza dos Mirtos (1907), O Sinal da Sombra (1923), A Ilha Verde e Vermelha de Timor (1943) e Cristais de Neve.
Fonte:
Infopédia
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