segunda-feira, 28 de junho de 2021

Stela.


 

STELA -


Queres que te ame! Sim! Muito hei de amar-te,

Mas com sinceridade e com brandura.

Pouca vida me resta para dar-te,

Serás talvez minha última desventura.


Amar-te eu já não posso com loucura,

Porque tarde demais pude encontrar-te;

Mas minha alma tristonha com ternura,

Em meus versos muito há de decantar-te.


Se eu te encontrasse na passada idade,

Daria então aos teus dezesseis anos,

Todo o vigor da minha mocidade.


Sou crepúsculo Stela! E tu és aurora!

Quisera eu ter ainda, tão insanos,

Beijos que tive, para dar-te agora.


R.S. Furtado

5 comentários:

chica disse...

Linda poesia e sentimento! Bela inspiração,Rosemildo! abração, ótima semana!

Maria Rodrigues disse...

O amor não tem idade para chegar e bater na porta do nosso coração.
Sentido e belo soneto.
Beijinhos

Jaime Portela disse...

O amor não tem idade, mas há barreiras entre o crepúsculo e a aurora quase intransponíveis...
Excelente soneto, parabéns pelo seu talento.
Bom fim de semana, caro Furtado.
Abraço.

Elvira Carvalho disse...

Um belo soneto. O amor é eterno, embora seja diferente em cada fase da nossa vida. Pode ser muito físico, onde é paixão e desejo, ou mais espiritual, todo ternura e desvelo.
Abraço e saúde

Anônimo disse...

Perfeito! Muito bom! Parabéns!