STELA -
Queres que te ame! Sim! Muito hei de amar-te,
Mas com sinceridade e com brandura.
Pouca vida me resta para dar-te,
Serás talvez minha última desventura.
Amar-te eu já não posso com loucura,
Porque tarde demais pude encontrar-te;
Mas minha alma tristonha com ternura,
Em meus versos muito há de decantar-te.
Se eu te encontrasse na passada idade,
Daria então aos teus dezesseis anos,
Todo o vigor da minha mocidade.
Sou crepúsculo Stela! E tu és aurora!
Quisera eu ter ainda, tão insanos,
Beijos que tive, para dar-te agora.
R.S. Furtado