SEMPRE-VIVA
Quando
àquelas saudades me entregaste,
Ao
transarmos e o abraço em despedida.
Disseste:
unidos são numa só haste,
Como
somos nós dois numa só vida.
Assim,
tu tão solene, me juraste,
No
pungente momento da partida.
Tua
face eu beijei, tu me abraçaste
E
parti levando a alma constrangida.
As
saudades então me acompanharam,
E,
quando aquela jura feneceu,
Elas
incontinente revelaram.
De
uma forma, aliás, mui positiva,
Uma
delas (a tua) emurcheceu,
E
a outra se transformou em sempre-viva.
R.S.
Furtado