O
BEIJA-FLOR
Quanto
é feliz o beija-flor ligeiro,
Com
seu vaivém ditoso e descuidado.
Beijando
as flores passa o dia inteiro,
Porque
de toda flor é namorado.
Lento
em seus voos como um bandoleiro,
Brando
ele volta e beija alvoroçado.
Seja
em jardim, ou pousam no canteiro,
Ou
seja, a mais singela flor no prado.
Felizes
esses sábios traquinas.
Como
sabem beijar com poesia,
Rosas,
violetas, dálias e cravinas.
Se
eu fosse um beija-flor, nos voos meus,
Venturoso
eu apenas beijaria,
A
envolvente flor dos lábios teus.
R.S. Furtado