A
UM BURGUÊS
Tu,
ventrudo burguês analfabeto,
Escultura
rotunda da irrisão,
Para
quem o viver mais limpo e reto
Consiste
em ser devoto e ter balcão;
Tu,
que resumes todo o teu afeto
No
dinheiro, - o metal da sedução –
Pelo
qual negociarás abjeto
Tua
esposa, teu lar, teu coração.
Escuta,
ó ignorantaço, o que te digo:
Esse
ouro protetor, que é teu amigo,
Que
te deu o conforto de um paxá,
Pode
comprar qualquer burguês cretino;
Mas
a lira de um vate peregrino
Não
compra, não comprou, não comprará.
Emídio
de Miranda
Waldemar Emídio de Miranda nasceu em 05.08.1897, no Recife e morreu
em Rio Branco (Arcoverde) no dia 29.08.1933. Era filho do professor
Auxêncio da Silva Viana e Maria dos Passos de Miranda Andrade.
Emídio de Miranda (esse era o seu nome artístico), muito cedo
começou a versejar e a beber, entregando-se pouco a pouco ao
anti-social vício. Porém, apesar disto, Emídio era muito querido
pelas pessoas por ser um homem respeitador, bem aparentado, feições
nobres e vasta cabeleira que usava ao estilo Castro Alves. Bom poeta
e ótimo... Leia mais aqui:
7 comentários:
Olá Furtado.
Belissimo soneto e otima a tua escolha. Pena que o poeta tinha o vicio da bebida mas era mesmo otimo no versejar.
Forte abraço
Deliciosa leitura por aqui.,Escolhes sempre bem! abração, lindo dia! chica
Um grande soneto sobre a fome de dinheiro e o vício de adquiri-lo, como se o dinheiro tudo pudesse comprar...Algo que vemos em algumas pessoas que se perdem nos bens materiais.
Dias felizes, Furtado!
xx
Um belo soneto.
E tanto andaram que acabaram com os burgueses...
Bom resto de semana, caro amigo Furtado.
Abraço.
UN SONETO MUY SIGNIFICATIVO.
UN ABRAZO
Agressivo, mas real. Gostei.
Abraço
♪♬° ·.
Ótima reflexão para o tempo do Advento: dinheiro é tudo na vida???
Ótimo restinho de semana!
Beijinhos.
°♪♬✿ミ
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