SONETO
Oito
anos apenas eu contava,
Quando
à fúria do mar, abandonando
A
vida, em frágil lenho e desmandando
Novo
clima, da pátria me ausentava.
Desde
então à tristeza começava
O
tenro peito a ir acostumando;
E
mais tirana sorte adivinhando
Em
lágrimas o pai e a mãe deixava.
Entre
ferros, pobreza, enfermidade,
Eu
vejo, ó céus! que dor! que iníqua sorte!
O
começo da mais risonha idade.
À
velhice cruel (ó dura morte!)
Que
faz temer tão triste mocidade,
Para
poupar-me descarrega o corte.
Souza
Caldas
Souza
Caldas (Antônio Pereira de S. C.), sacerdote, poeta e orador sacro,
nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 24 de novembro de 1762, e faleceu na
mesma cidade, em 2 de março de 1814. É o patrono da Cadeira nº 34,
por escolha do fundador Pereira da Silva.
Era filho do comerciante Luís Pereira de Sousa e de Ana Maria de
Sousa, portugueses, os quais, percebendo no filho a vocação para as
letras, tudo fizeram para que florescesse. Aos oito anos de idade, e
já evidenciando uma saúde frágil, foi mandado a Lisboa, aos
cuidados de um tio. Foi matriculado no curso de Matemática (1778),
de que se... Leia mais aqui:
10 comentários:
Linda escolha, belo soneto! abração,m chica e tudo de bom!
Já não de fazem sonetos como antigamente, meu caro Rosemildo!
É certo que o soneto é o estilo de poesia de que mais gosto (e que considero muito difícil de conseguir com qualidade)... mas este que você escolheu é particularmente belo.
Obrigada pela partilha.
Beijinhos
Mariazita
Excelente Soneto de Souza Caldas a "contar" a sua vivência.
Belíssima escolha, Amigo.
Abraços
SOL
Mais uma belíssima partilha!
Parabéns pelo bom gosto e informações eficazes!
Beijos e bom dia pra você!
Um belo e rico soneto. Foi com eles meu primeiro contato com a poesia. Gostei muito de sua escolha. Abraço.
Mais uma bela escolha. Gostei de conhecer mais um soneto.
Boa noite a vc, Rosemildo, e aos seus,
Renata
Olá amigo
Esses sonetos na maioria das vezes são carregados de tristezas e lamentos, mesmo assim são bonitos.
Abraço
Lindos sonetos, já li poetas de séculos passados e uma das características era a melancolia e tinham saúde frágil.Textos melancólicos mas não menos lindos .Abraço
Estou muito feliz em poder
passar no seu blog hoje depois
desse afastamento ..
Saudades..muitas me perdoe não
comentar sua magnifica postagem,
porém li e estou levando no meu coração...
Acredite você é muito importante
na minha vida.
Desejo um abençoado final de semana.
Beijos no coração.
Evanir.
Olá Furtado!
Aqui estou novamente depois de umas merecidas férias, e que bom ser recebida com este belo soneto que apresentas. Desconhecia o poeta, e aprecio sobremaneira este tipo de soneto profundo e cortante em relação, ao sofrimento, à idade, à morte como sossego.
Gostei muito. Um soneto muito tocante.
Espero que esteja tudo bom por aí.
xx
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