ESCRITÓRIO IRRITANTE
Não
acho nada, nem o que não
procuro,
nenhum livro se abre
e os
que se abrem, raivosos
não
prestam para o momento.
Se
apertam nas estantes, se
embaralham,
fora de ordem
se
precipitam, suicidas
mortos,
amarrotados, muitos
Não
os lerei mais, morri
com
eles, minhas marcas
no
pó das passadas páginas
se
desbotam, os personagens
idem,
a flor no papel de poema
se
fecha, furada por traças.
Armando Freitas Filho
Armando Freitas Filho (Armando Martins de Freitas Filho), nasceu no
Rio, em 1940. Foi pesquisador na Fundação Casa de Rui Barbosa,
secretário da Câmara de Artes no Conselho federal de Cultura,
assessor do Instituto Nacional do Livro, no Rio de Janeiro,
pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional, assessor no gabinete
da presidência da Funarte, onde se aposentou. Sua obra literária
tem merecido a atenção da crítica especializada destacando-se
entre outros, os artigos, resenhas e prefácios de: José Guilherme
Merquior, Heloísa Buarque de Hollanda, Luís Costa Lima, Silviano
Santiago, Ana Cristina César... Leia mais aqui:
6 comentários:
Inspiração linda nesse soneto que nos mostras hoje! Boa escolha! abração,lindo dia! chica
Acredito que há sempre um livro apropriado para qualquer ocasião.
Beijos
Este poeta já conheço!...:-)
Aqui apresentado com um poema desalento, como se todos os livros já não tivessem razão de ser. Como se as traças nem se incomodassem mais com o mais belo poema!...
Muito interessante a outra página, com belas fotos.
Obrigada, Furtado.
Tudo de bom!
xx
Oi, Rosemildo:
O soneto é belo, como sempre.
Tenha um bom dia.
Abraço
Estou precisando, arrumar meu escritório, está irritante.
Escritório irritante,
enfrenta a vida com razão
não tem medo homem chibante
sem trigo não há farinha nem pão
a vida é um rodopio constante
nem sempre na perfeição
quando se está doente
sofre mais o coração!
Um abraço amigo Furtado,
Eduardo.
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