TORTURA
A Adelino Fontoura
Ante a mesquita d’áureos
minaretes
Açoitam dois telingas a traidora;
As vergastas, sutis como floretes,
Sibilam sobre a carne tentadora.
Açoitam dois telingas a traidora;
As vergastas, sutis como floretes,
Sibilam sobre a carne tentadora.
À vibração das varas,
estremecem
Seus níveos membros firmes, delicados,
E, nos espasmos do sofrer, parecem
Das contorções do gozo eletrizados.
Seus níveos membros firmes, delicados,
E, nos espasmos do sofrer, parecem
Das contorções do gozo eletrizados.
Geme aos golpes, que as
carnes lhe retalham,
E aberta a rósea boca, os olhos belos
Pérolas vertem, que seu peito orvalham;
E aberta a rósea boca, os olhos belos
Pérolas vertem, que seu peito orvalham;
Dobram-se as curvas,
soltam-se os cabelos,
E do alvo colo, amargurado e exangue,
- Como esparsos rubis - goteja o sangue.
E do alvo colo, amargurado e exangue,
- Como esparsos rubis - goteja o sangue.
Valentim
Magalhães
Leia
mais um belo soneto e a biografia do poeta aqui:
11 comentários:
Grande sonetista! Gostei de ambos os sonetos, mas esta "Tortura" é intensa, cheia de imagens densas e fortes.
Gostei muito, Furtado.
xx
Olá meu caro amigo,
passando num jeito simples
de te ler
sabe, falar em tortura
é caso sério,
são açoites, faz doer...
O poema é profundo,
muito forte, pode crer,
bem faz parte desse mundo
torturas que sofre até morrer...
...................
Voltando, devagarzinho
buscando ser mais presente,
a vida é uma luta constante
a sobrepor o que se sente...
Vamos ver até onde eu caminho,
se me cansar haverei de sentar,
ainda que seja somente um pouquinho,
não posso deixar me intimidar...
Deixando um grande abraço
e o meu carinho pra ti
Livinha
Quando a tortura é...
aventura da maldade
sem esperança e fé
adeus ó felicidade!
Provoca em qualquer lugar,
por ser tão escandalosa
essa palavra horrorosa
que evito de pronunciar.
Porque têm valor as visitas,
venho aqui amigo te visitar
não venho aqui para falar
de aventuras descabidas!
Nesse blog, ai...
onde se encontra o tema
como de outros que já li
gostei desse poema.
Um abraço, amigo Furtado.
A tortura é amargura
Ditada a pena de Lei.
Quando a pena é segura
Fico sem paz e bem sei
Que a Justiça é mui dura.
Abraços
SOL
Rosemildo
Que bom documento constitui o Soneto de Valentim Magalhães, decerto humanista, além s poeta.
Boa divulgação,
Um abraço
Tu sempre trazendo poemas lindos!Esse versos fortes ,intensos! Agradeço o carinho lá no MARCO, que fez 12 anos. Estou com netos ( todos 6,guris) com 18, 17, 12, 11, 9 e 6 anos.
Vooooooooooooooa!!! abração,chica
Bom dia Rosemildo
Uma poesia que me fez arrepiar. Hoje estamos em sintonia com as poesias.
Um beijo
Lua Singular
Bom dia Rosemildo
Uma poesia que me fez arrepiar. Hoje estamos em sintonia com as poesias.
Um beijo
Lua Singular
Oi Furtado! Quanto lirismo nesse belo soneto! E hoje vc está em meu blog do Recanto dos autores com uma poesia tb! Bjs e boa quarta!
Oi Furtado! Quanto lirismo nesse belo soneto! E hoje vc está em meu blog do Recanto dos autores com uma poesia tb! Bjs e boa quarta!
Um soneto forte e muito bem escrito.
Gostei.
Furtado, tem um bom resto de semana.
Abraço.
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