NA NOITE DA MINHA MORTE
Na
noite da minha morte
Tudo
voltará silenciosamente ao encanto antigo...
E os
campos libertos enfim da sua mágoa
Serão
tão surdos como o menino acabado de esquecer..
Na
noite da minha morte
Ninguém
sentirá o encanto antigo
Que
voltou e anda no ar como um perfume...
Há-de
haver velas pela casa
E
xales negros e um silêncio que eu
Poderia
entender.
Mãe:
talvez os teus olhos cansados de chorar
Vejam
subitamente...
Talvez
os teus ouvidos, só eles ouçam, no silêncio da casa velando,
E
mesmo que não saibas de onde vem nem porque vem
Talvez
só tu a não esqueças.
Cristovam
Pavia
Poeta português, nascido em 7 de outubro de 1933, em Lisboa, e
falecido a 13 de outubro de 1968, na mesma cidade, filho do poeta
presencista Francisco Bugalho, oriundo de Castelo de Vide. A partir
de 1940 reside em Lisboa, onde terminou os estudos liceais.
Frequentou a Faculdade de Direito de Lisboa, que abandonará para
ingressar na Faculdade de Letras. Entre 1960 e a sua morte,
trabalhando na construção civil, viveu entre Lisboa, Castelo de
Vide, Paris e Heidelberg, onde recebeu acompanhamento
psicoterapêutico. Leia mais aqui:
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4 comentários:
Triste, intensa e linda poesia!! Ótima semana,abração,chica
meu querido amigo
Uma poesia profunda e bela que adorei ler.
Uma feliz semana.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Muito bonito o poema,embora profundamente melancólico,triste mesmo.
Lembrei de uma canção do Raulzito:
"Eu te detesto e amo morte, morte, morte...
Que talvez seja o segredo desta vida".(Canto para a Minha Morte-Raul Seixas)
Como sempre,um belo post,Furtado.
Um beijo pra você e pra família.
Olá,caro Rosemildo!Versos profundos e tristes como é a morte.
às vezes paro e penso na vida nos preocupamos e sofremos por tantas banalidades e esquecemos que a morte de uma hora pra outra pode nos levar sem mais nem porque.
Beijos
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