A
SINTAXE DO ADEUS
O
frio que a morte traz
quem
o sente não é o morto.
O
morto apenas esfria.
É
o frio do calafrio...
E
são os vivos que sentem.
Também
os vivos têm medo
de
olhar nos olhos do morto.
Ah,
o terrível segredo.
E
alguém, com dedos de rosa
vem
e automaticamente
pra
que o morto não nos veja,
lhe
fecha as pálpebras como
a
duas pétalas e adeus.
A-deus
quer dizer sem Deus.
Cassiano
Ricardo
Quarto
ocupante da Cadeira 31, eleito em 9 de setembro de 1937, na sucessão
de Paulo Setúbal e recebido pelo Acadêmico Guilherme de Almeida em
28 de dezembro de 1937. Recebeu os Acadêmicos Fernando de Azevedo e
Menotti del Picchia.
Cassiano
Ricardo (C. R. Leite), jornalista, poeta e ensaísta, nasceu em São
José dos Campos, SP, em 26 de julho de 1895, e faleceu no Rio de
Janeiro, RJ, em 14 de janeiro de 1974. Eleito em 9 de setembro de
1937 para a Cadeira n. 31, na sucessão de Paulo Setúbal, foi
recebido em 28 de dezembro de 1937 pelo acadêmico Guilherme de
Almeida.
Era
filho de Francisco Leite Machado e Minervina Ricardo Leite. Fez os
primeiros estudos na cidade natal. Aos 16 anos publicava o primeiro
livro de poesias, Dentro da noite. Leia mais aqui:
5 comentários:
Um olhar e ótima expressão do adeus...Hora triste para todos sempre! abração,chica
Olá Rosemildo,
Poema tecido de uma forma bem clara sobre o Adeus.
Deixo um abraço amigo.
Ótima semana!
Olá Rosemildo,o soneto sobre o adeus, me emocionou.As palavras que formam os versos nos fazem sentir os calafrios que a morte produz.Deve ser muito corajoso quem sem medo decide cerrar as pálpebras do morto.Um soneto que nos leva a várias leituras. Ótima escolha. Grande abraço!
Rosemildo estou de volta e encontro um A Deus bem postado.
Bjos
Olá Rosemildo,
Passando pra dar uma olhadinha risos, e desejar um ótimo fim de semana!
Um beijo!
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