PERNOITAS
EM MIM
pernoitas
em mim
e se por acaso te toco a memória... amas
ou finges morrer
pressinto o aroma luminoso dos fogos
escuto o rumor da terra molhada
a fala queimada das estrelas
é noite ainda
o corpo ausente instala-se vagarosamente
envelheço com a nómada solidão das aves
já não possuo a brancura oculta das palavras
e nenhum lume irrompe para beberes
e se por acaso te toco a memória... amas
ou finges morrer
pressinto o aroma luminoso dos fogos
escuto o rumor da terra molhada
a fala queimada das estrelas
é noite ainda
o corpo ausente instala-se vagarosamente
envelheço com a nómada solidão das aves
já não possuo a brancura oculta das palavras
e nenhum lume irrompe para beberes
Al
Berto
Poeta
e editor português, de nome completo Alberto Raposo Pidwell Tavares,
nasceu a 11 de janeiro de 1948, em Coimbra, e faleceu a 13 de junho
de 1997, em Lisboa. Tendo vivido até à adolescência em Sines,
exilou-se, entre 1967 e 1975, em Bruxelas, dedicando-se, entre outras
atividades, ao estudo de Belas-Artes. Publicou o primeiro livro dois
anos depois de regressar à Portugal. Em mais de vinte anos de
atividade literária, a expressão poética assumida por Al Berto, o
pseudônimo do autor, distingue-se de qualquer outra experiência
contemporânea pela agressividade (lexical, metafórica, da
construção do discurso) com que responde à disforia que cerca
todos os passos do homem num universo que lhe é hostil. Leia mais aqui:
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2 comentários:
Rosemildo
A divulgação é de suma importância para quem é hávido de conhecimentos culturais. Depois de se gostar do poema, vem uma boa nota biográfica que muito, valoriza quem lê o conjunto.
Abraço
UN TEXTO MARAVILLOSO. GRACIAS POR COMPARTIR.
UN ABRAZO
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