A MOCHILA DE OURO
Havia dois homens, um rico e outro pobre, que gostavam de fazer peças
um ao outro. Foi o compadre pobre à casa do rico pedir um pedaço de
terra para fazer uma roça. O rico, para fazer peça ao outro, lhe
deu a pior que tinha. Logo que o pobre teve o sim, foi para casa
dizer a mulher, e foram ambos ver o terreno. Chegando lá nas matas,
o marido viu uma mochila de ouro, e, como era em terras do compadre
rico, o pobre não a quis levar para casa, e foi dizer ao outro que
em suas matas havia aquela riqueza. O rico ficou logo todo agitado, e
não quis que o compadre trabalhasse mais nas suas terras. Quando o
pobre se retirou, o outro largou-se com a sua mulher para as matas a
ver a grande riqueza. Chegando lá, o que achou foi uma grande casa
de marimbondos; meteu-a num grande saco e tomou o caminho da casa do
pobre e, logo que o avistou, foi gritando:
– “Ó compadre, fecha as portas e deixa somente uma banda da
janela aberta”. O compadre assim fez, e o rico, chegando perto da
janela, atirou a casa de marimbondos dentro da casa do amigo e
gritou: – “Fecha a janela compadre!” Mal os marimbondos bateram
no chão, transformaram-se em moedas de ouro, e o pobre chamou a
mulher e os filhos para as ajuntar. O ricaço gritou então: – “Ó
compadre, abre a porta!” Ao que o outro respondia: as –
“Deixa-me, os marimbondos estão me matando!” E assim ficou o
pobre rico e o rico ridículo.
Sílvio Romero.
Fundador da Cadeira 17. Recebeu o Acadêmico Euclides da Cunha.
Sílvio Romero (S. Vasconcelos da Silveira Ramos R.), crítico, ensaísta, folclorista, polemista, professor e historiador da literatura brasileira, nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914. Convidado a comparecer à sessão de instalação da Academia Brasileira de Letras, em 28 de janeiro de 1897, fundou a Cadeira nº 17, escolhendo como patrono Hipólito da Costa. Leia mais aqui:
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6 comentários:
Pobre humilde e sincero
Mochila de ouro encontrou
Sou pobre mas não te quero
Mas olho que o rico te enganou!
Boa terça-feira para você,
amiga Furtado,
um abraço
Eduardo.
LA VIDA SIEMPRE NOS OFRECE LO QUE NUESTRO CORAZÓN HA OFRECIDO.
UN ABRAZO
Um belo texto meu amigo...abraços e uma bela noite pra ti...paz e poesias sempre...
Belo texto!
Abraços ;)
Uma bela noite pra ti meu amigo...abraços...
Meu querido amigo
Uma bela estória...realmente a vida nos ensina tanto.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
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