quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Aos caramurus da Bahia.

http://www.sohistoria.com.br/biografias/caramuru/index_clip_image002.jpg

AOS CARAMURUS DA BAHIA

Um calção de pindoba, a meia zorra,
camisa de urucu, mantéu de arara,
em lugar de cotó, arco e taquara,
penacho de guarás, em vez de gorra.

Furado o beiço, sem temer que morra
o pai que lho envazou cuma titara,
porém a mãe a pedra lhe aplicara
por reprimir-lhe o sangue que não corra.

Alarve sem razão, bruto sem fé,
sem mais eis que a do gôsto, quando erra,
de Paiaiá tornou-se em abaité.

Não sei onde acabou, ou em que guerra:
só sei que dêste Adão de Massapé
procedem os fidalgos dessa terra.

Gregório de Matos.
(1633-1696)
Poesia Barrôca.

6 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns...Parabéns!!

Não sei onde acabou, ou em que guerra:
só sei que dêste Adão de Massapé
procedem os fidalgos dessa terra.

Poesia barroca sempre é lindaaaaaaa.

Obrigada por comparecer ao meu novo cantinho.

Adoro seus blog, adoro seus comentários e sdor voce...Beijos!

Felina Mulher disse...

Parabéns meu anjo, é sempre muito te ler antes de dormir...agora a leitua ficou em dias.

Uma linda noite.

Beijinhos.

Sonia Schmorantz disse...

O poema é tão genuíno que quase precisaria de um dicionário para todas estas palavras regionais, mas é muito bom!

Unknown disse...

De um barroquismo bem acentuado, ei o regionalismo a toda prova... O bom de tudo isto é que nos favorece o enriquecimento literário...
Mto Bom Furtado, Gregório de Matos
só aplauso...

Tenha um dia pra lá de bom
bjss

Mara disse...

Amigo querido!
Gosto muito dos poemas de Gregório de Matos.
parabéns pela escolha da imagem ,também está muito linda.
Seu bom gosto é ímpar.
Bjss...
Mara

Elissom disse...

Gregório(boca do inferno) e uma figura interessante do barroco brasileiro ,pela forma que ele escrevia os textos ....kra sem palavras e muito legal...