O “ADEUS” DE TERESA
A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe ao tremer co’a fala...
E ela corando, murmurou-me: “adeus”.
Uma noite... entreabriu-se um resposteiro...
E ela corando, murmurou-me: “adeus”.
E da alcova saia um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
E ela entre beijos murmurou-me: “adeus”.
Passaram tempos... sec’los de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empírio...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse – “Voltarei... descança!...”
Ela chorando mais que uma criança,
Ela em soluços murmurou-me: “adeus”.
Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”
Castro Alves
São Paulo, 28 de agosto de 1868.
A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe ao tremer co’a fala...
E ela corando, murmurou-me: “adeus”.
Uma noite... entreabriu-se um resposteiro...
E ela corando, murmurou-me: “adeus”.
E da alcova saia um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
E ela entre beijos murmurou-me: “adeus”.
Passaram tempos... sec’los de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empírio...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse – “Voltarei... descança!...”
Ela chorando mais que uma criança,
Ela em soluços murmurou-me: “adeus”.
Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”
Castro Alves
São Paulo, 28 de agosto de 1868.
8 comentários:
Vi um comentário seu no blog do Carlos Barros...
Cá estou a conhecer seu blog tb...rs
Esse mundo virtual é assim... A gente vai seguindo pegadas daqui e dalí, e conhecendo pessoas maravilhosas e blogs que encantam, assim como o seu!
voltarei!
Beijos avassaladores!
Oi, Furtado.
Obrigada pela tua visita lá n'A CRONISTA! Que bom que gostou do trabalho do Maurício Porto, é mesmo incrível. Vi o quadro da sua esposa, toda forma de arte vale a pena.
Um abraço.
Que dizer acerca de Castro Alves?! Não tenho como, eu digo! rs
Teu espaço é encantador, tão cheio de poesia!
Obrigada pelo comentário e pelo carinho!
Olá Rosemildo
Agradeço imensamente sua visita e comentário no Asas Róseas. Seu blog é magnífico e ler Castro Alves foi inspirador.
Obrigada.
Fantástico, simplesmente excepcional. Este mundo blogueiro esconde surpresas, sem dúvida
:)
parabens pelo blog
beijinho
Tudo bem, Rosemildo? Espero que sim.
Castro Alves e a sua Teresa, uma beleza infinita...
Muito legal sua opinião e presença no nosso espaço. Agradeço-lhe de coração!!!Bjs
Resemildo
O poema é belo e extremamnte interessante. Assinado por Castro Alves, será Dário Castro Alves, ex-embaixador do Brasil?
Como li vária prosa dele!...
Daniel
Rosemildo Sales Furtado
Como você foi feliz nesta postagem destes versos O ADEUS DE TERESA, do grande Castro Alves, ele, soube soberbamente escrever este Adeus, que é um momento findo, obrigada,
Efigênia
Postar um comentário