sexta-feira, 19 de julho de 2013

Os Cisnes.




OS CISNES

A vida, manso lago azul, algumas
vezes, algumas vezes mar fremente,
tem sido para nós, constantemente
um lago azul, sem ondas, sem espumas.

Sobre ele, quando, desfazendo brumas
matinais, rompe um sol vermelho e quente,
nós dois vogamos indolentemente,
como dois cisnes de alvacentas plumas!

Um dia, um cisne morrerá, por certo...
Quando chegar esse momento incerto,
no lago, onde talvez a água se tisne,

- que o cisne vivo, cheio de saudade,
nunca mais cante, nem sozinho nade,
nem nade nunca ao lado de outro cisne.

Júlio Salusse



Júlio Mário Salusse nasceu na província do Rio de Janeiro, em 30 de março de 1872, na fazenda do Gonguy, município de Bom Jardim. Aos cinco anos foi levado para Nova Friburgo, para residir em casa da avó paterna: perdera o pai e sua mãe casara-se de novo. Depois dos estudos rudimentares foi internado no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e aos quinze anos, matriculou-se no Curso Anexo à Faculdade de Direito de São Paulo. Em 1889 entrou nas Arcadas, mas interrompeu o curso jurídico em 1892, ano do qual passou oito meses em Paris. Formou-se no Rio de Janeiro, em 1896; no ano anterior, havia publicado o seu livro de estreia, "Nevrose Azul", seguido por "Sombras" 1901. Exerceu a promotoria pública em Paraíba do Sul e em Nova Friburgo. Em 1907 mudou-se para a Capital da República, onde passou a advogar cerca de dez anos mais tarde, quando se esgotaram os recursos que havia herdado. Faleceu em 30 de janeiro de 1948. 

Fonte: Poesia Parnasiana - Antologia. Edições Melhoramentos -1967.




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3 comentários:

chica disse...

Lindo soneto, bem trazido aqui!

ABRS. praianos,chica

Anônimo disse...

Precioso poema compartido,no conocía su autor es muy buena la aclaración y biografía de el escritor.
Te dejo un fuerte abrazo.

*´¨)
¸.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
(¸.•´ (¸.•` Buen fin de Semana, con todo cariño!

Anônimo disse...

GRACIAS POR COMPARTIR TAN BELLA POESÍA.
UN ABRAZO