terça-feira, 2 de outubro de 2012

A Mochila de Ouro.


 A MOCHILA DE OURO

Havia dois homens, um rico e outro pobre, que gostavam de fazer peças um ao outro. Foi o compadre pobre à casa do rico pedir um pedaço de terra para fazer uma roça. O rico, para fazer peça ao outro, lhe deu a pior que tinha. Logo que o pobre teve o sim, foi para casa dizer a mulher, e foram ambos ver o terreno. Chegando lá nas matas, o marido viu uma mochila de ouro, e, como era em terras do compadre rico, o pobre não a quis levar para casa, e foi dizer ao outro que em suas matas havia aquela riqueza. O rico ficou logo todo agitado, e não quis que o compadre trabalhasse mais nas suas terras. Quando o pobre se retirou, o outro largou-se com a sua mulher para as matas a ver a grande riqueza. Chegando lá, o que achou foi uma grande casa de marimbondos; meteu-a num grande saco e tomou o caminho da casa do pobre e, logo que o avistou, foi gritando:

– “Ó compadre, fecha as portas e deixa somente uma banda da janela aberta”. O compadre assim fez, e o rico, chegando perto da janela, atirou a casa de marimbondos dentro da casa do amigo e gritou: – “Fecha a janela compadre!” Mal os marimbondos bateram no chão, transformaram-se em moedas de ouro, e o pobre chamou a mulher e os filhos para as ajuntar. O ricaço gritou então: – “Ó compadre, abre a porta!” Ao que o outro respondia: as – “Deixa-me, os marimbondos estão me matando!” E assim ficou o pobre rico e o rico ridículo.

Sílvio Romero. 

 
Fundador da Cadeira 17. Recebeu o Acadêmico Euclides da Cunha.
Sílvio Romero (S. Vasconcelos da Silveira Ramos R.), crítico, ensaísta, folclorista, polemista, professor e historiador da literatura brasileira, nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914. Convidado a comparecer à sessão de instalação da Academia Brasileira de Letras, em 28 de janeiro de 1897, fundou a Cadeira nº 17, escolhendo como patrono Hipólito da Costa. Leia mais aqui:

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6 comentários:

Edum@nes disse...

Pobre humilde e sincero
Mochila de ouro encontrou
Sou pobre mas não te quero
Mas olho que o rico te enganou!

Boa terça-feira para você,
amiga Furtado,
um abraço
Eduardo.

Anônimo disse...

LA VIDA SIEMPRE NOS OFRECE LO QUE NUESTRO CORAZÓN HA OFRECIDO.
UN ABRAZO

Everson Russo disse...

Um belo texto meu amigo...abraços e uma bela noite pra ti...paz e poesias sempre...

Alala disse...

Belo texto!
Abraços ;)

Everson Russo disse...

Uma bela noite pra ti meu amigo...abraços...

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo

Uma bela estória...realmente a vida nos ensina tanto.

Um beijinho com carinho
Sonhadora