AUTOENCONTRO
Hoje, eu me sinto como um pássaro,
Que voa a esmo em busca de um ninho,
Sem ter nada que possa lhe dar amparo
E tem por sina, sempre viver sozinho.
Hoje, eu me sinto como uma borboleta,
Que vagueia triste num jardim sem flor.
Sempre alerta, ou o espinho lhe espeta,
Mostrando as garras do seu desamor.
Hoje, eu me sinto como uma noite triste,
Sem brilho, opaca, chuvosa e muito fria.
Onde no céu, uma única estrela não existe,
Tornando-a sem graça, nefasta e sombria.
Já não sei quem sou, me perdi de mim,
Busco-me, estou sempre a me procurar,
Quem sabe, eu encontre alguém, e assim,
Me ache, e por fim, possa me encontrar.
R.S. Furtado