segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Versos na taverna.

   
VERSOS NA TAVERNA

Para Manuel António Álvares de Azevedo

Da quase pueril cátedra paulista
à pútrida frigidez prematura,
não pôde o tempo atacar-te a alma pura
nem calar-te a pena, pena de artista.

A Epicureia, os dias de loucura,
os ídolos: Byron, o vigarista,
Victor Hugo, William ( tinha uma lista!)
todos declamaram-te à sepultura.

Ah, fosse-te a negra sorte mais terna
e calasse o “Se eu morresse amanhã”,
teria a arte seu coração mais cheio.

Já que partiste, eu sigo p'ra taverna
(é noite) e brindo, junto com Bertrand,
à lira de seus vinte anos e meio.

Wilson R.
 

WILSON R. é pseudônimo de Wilson Roberto de Carvalho de Almeida, brasileiro nascido em São José dos Campos/SP, aos sete de fevereiro de 1965. Filho de José Wilson de Almeida e Aparecida Machado de Carvalho, o escritor orgulha-se de ter ascendência joseense desde os avós de sua avó paterna, filhos de portugueses.

Com os pais em constante conflito de relacionamento, Wilson R. teve uma infância bastante atribulada, estudando em diversas escolas da cidade natal e algumas vizinhas, como Jacareí – chegou a frequentar cinco escolas em um único ano, devido às mudanças de endereço constantes. Entretanto, tais mudanças não interferiram... Leia mais aqui:

10 comentários:

  1. Muito lindo o poetar desse autor! Gostei de ler! abração, ótimo DEZEMBRO! chica

    ResponderExcluir
  2. Versos na taberna,
    seja de noite ou de dia
    quem sempre pudera
    poder ler essa poesia.

    Sem direito a demasia,
    quem os ouvia na taberna
    branco ou tinto quem bebia
    deitava-se na cama dormia
    antes pagava a candeia!

    Belo poema amigo Furtado,
    tenha um bom dia, um abraço.
    Eduardo.

    ResponderExcluir
  3. Um soneto pleno de arte, saber e mestria.
    Gostei.


    Abraços



    SOL

    ResponderExcluir
  4. Um poeta jovem, criador de galinhas, aqui numa bela homenagem ao Álvares de Azevedo.
    Viver numa chácara em contacto com a natureza só pode ser inspirador!;-)
    Boa semana, Furtado!
    xx

    ResponderExcluir
  5. Mais um primor de soneto. Não conhecia o autor.
    Abraço

    ResponderExcluir
  6. O poema é lindo, mas a vida particular do poeta foi bastante agitada. Como ele gostava de casar rsrsrs
    Abraço

    ResponderExcluir
  7. Quem lê o poema sem ter ciência da história de vida do escritor, como fiz, jamais vai imaginá-la. Versos bem construídos de um autor jovem e competente. Foi muito bom conhecê-lo! Abraço.

    ResponderExcluir
  8. Boa tarde Furtado, escritor jovem e melancólico, resquícios da vida familiar conturbada. Gosto das observações que acompanham os sonetos que publicas. A gente vai entendendo a alma do poeta...
    Agradeço por nos oferecer cultura tão rica em detalhes, abraços carinhosos
    Maria Teresa

    ResponderExcluir
  9. Versos maravilhoso e bem construído.
    Gostei demais de conhecer.
    Abraço Furtado!
    Uma ótima semana!

    ResponderExcluir