terça-feira, 5 de agosto de 2014

Tortura.

   
 
TORTURA

A Adelino Fontoura

Ante a mesquita d’áureos minaretes
Açoitam dois telingas a traidora;
As vergastas, sutis como floretes,
Sibilam sobre a carne tentadora.

À vibração das varas, estremecem
Seus níveos membros firmes, delicados,
E, nos espasmos do sofrer, parecem
Das contorções do gozo eletrizados.

Geme aos golpes, que as carnes lhe retalham,
E aberta a rósea boca, os olhos belos
Pérolas vertem, que seu peito orvalham;

Dobram-se as curvas, soltam-se os cabelos,
E do alvo colo, amargurado e exangue,
- Como esparsos rubis - goteja o sangue.

Valentim Magalhães
 


Leia mais um belo soneto e a biografia do poeta aqui:

11 comentários:

  1. Grande sonetista! Gostei de ambos os sonetos, mas esta "Tortura" é intensa, cheia de imagens densas e fortes.
    Gostei muito, Furtado.
    xx

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  2. Olá meu caro amigo,
    passando num jeito simples
    de te ler
    sabe, falar em tortura
    é caso sério,
    são açoites, faz doer...

    O poema é profundo,
    muito forte, pode crer,
    bem faz parte desse mundo
    torturas que sofre até morrer...

    ...................

    Voltando, devagarzinho
    buscando ser mais presente,
    a vida é uma luta constante
    a sobrepor o que se sente...
    Vamos ver até onde eu caminho,
    se me cansar haverei de sentar,
    ainda que seja somente um pouquinho,
    não posso deixar me intimidar...

    Deixando um grande abraço
    e o meu carinho pra ti

    Livinha

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  3. Quando a tortura é...
    aventura da maldade
    sem esperança e fé
    adeus ó felicidade!

    Provoca em qualquer lugar,
    por ser tão escandalosa
    essa palavra horrorosa
    que evito de pronunciar.

    Porque têm valor as visitas,
    venho aqui amigo te visitar
    não venho aqui para falar
    de aventuras descabidas!

    Nesse blog, ai...
    onde se encontra o tema
    como de outros que já li
    gostei desse poema.

    Um abraço, amigo Furtado.

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  4. A tortura é amargura
    Ditada a pena de Lei.
    Quando a pena é segura
    Fico sem paz e bem sei
    Que a Justiça é mui dura.




    Abraços



    SOL

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  5. Rosemildo

    Que bom documento constitui o Soneto de Valentim Magalhães, decerto humanista, além s poeta.
    Boa divulgação,
    Um abraço

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  6. Tu sempre trazendo poemas lindos!Esse versos fortes ,intensos! Agradeço o carinho lá no MARCO, que fez 12 anos. Estou com netos ( todos 6,guris) com 18, 17, 12, 11, 9 e 6 anos.

    Vooooooooooooooa!!! abração,chica

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  7. Bom dia Rosemildo

    Uma poesia que me fez arrepiar. Hoje estamos em sintonia com as poesias.
    Um beijo
    Lua Singular

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  8. Bom dia Rosemildo

    Uma poesia que me fez arrepiar. Hoje estamos em sintonia com as poesias.
    Um beijo
    Lua Singular

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  9. Oi Furtado! Quanto lirismo nesse belo soneto! E hoje vc está em meu blog do Recanto dos autores com uma poesia tb! Bjs e boa quarta!

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  10. Oi Furtado! Quanto lirismo nesse belo soneto! E hoje vc está em meu blog do Recanto dos autores com uma poesia tb! Bjs e boa quarta!

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  11. Um soneto forte e muito bem escrito.
    Gostei.
    Furtado, tem um bom resto de semana.
    Abraço.

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