domingo, 3 de agosto de 2014

A Lua nova.

A LUA NOVA

No silêncio da cor, – treva silente –
Abriu-se a noite mádida e sombria,
Logo que o Sol, rezando: Ave Maria...
Fechou no Ocaso as portas de oiro ardente.

A terra, a mata, o rio a penedia.
Tudo se fora pela treva e, rente
Ao céu, ficou a lua nova algente,
Como um sonho esquecido pelo dia.

Ela assim foi: morreu; desde esse instante
Pálido e frio, como a lua nova,
Ficou-me entre as saudades seu semblante.

Mas, ouve: quanto mais doida cresce
A noite que me vem da sua cova,
Mais branca e inda mais fria ela aparace.

Silveira Neto
 

1872- 4 de novembro: Nasce em Morretes, filho de Manoel Azevedo da Silveira Filho e Guilhermina Cordeiro de Miranda. Passou a infância na cidade natal e teve a oportunidade de assistir a inauguração do Engenho Central. Em Morretes estudou com o professor Líbero Teixeira Braga, muda para Curitiba em 1879.

Escreveu o livro “Margens do Nhundiaquara”.

Classificado em concurso, foi nomeado praticante da Tesouraria da Fazenda Federal em 27 de maio de 1891. Casou em 28 de janeiro de... Leia mais aqui:

14 comentários:

  1. Poesia linda, bem trazida e escolhida! A lua em todas as fases nos encanta! abração, lindo domingo e semana! chica

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  2. Olá, Rosemildo
    Muito lindo este poema de Silveira Neto.
    A lua é sempre inspiradora de belos poemas.

    Um feliz Domingo.
    Beijinhos

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  3. Um belo poema da grande tradição Romântica, na qual tudo o que é sombrio se une, vivifica ou morre perante os nossos olhos, como símbolo da nossa eventual tristeza e penumbra da alma. E a Lua como grande motivo de inspiração.
    Obrigada por dares a conhecer um autor totalmente desconhecido para mim.
    Um bom domingo para ti!
    xx

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  4. Olá.
    Toda nascente, despeja, as águas do rio, na direção do Mar.

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  5. Rosemildo

    Mais um soneto, este de Silveira Neto. É sempre bom irmos bebendo o que há de bom de poesia. Temos assim a possibilidade de aprender algo com os que foram grandes mestres. O meu amigo tem um papel grande em os divulgar,
    Um abraço de obrigado.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Lá no céu a lua nova,
    parece querer tocar a terra
    me lembrei agora
    quando a pomba branca
    anunciou a fim da guerra
    mas foi por pouco tempo
    a guerra ainda não acabou
    a dor é um tormento
    se o amor é louco
    a felicidade contentamento!

    Resto de bom domingo, um abraço,
    Eduardo.

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  8. Branca e fria....mas linda....
    Abraço

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  9. MUY BONITA DEDICATORIA.
    GRACIAS.
    UN ABRAZO

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  10. Excelente escolha um poema lindo.
    Beijinhos
    Maria

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  11. Maravilhoso soneto cheio de saudade! A lua é mesmo inspiradora! Abraços e boa semana,

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  12. Mais uma vez aqui estou para
    ler atentamente as suas explica-
    ções sobre um poeta e a sua
    poesia.
    Desejo que esteja bem.
    Bj.
    Irene Alves

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  13. Oi Furtado, boa tarde,
    Não conhecia esse autor,
    e gostei de saber que ele nasceu em Morretes no Paraná.
    A poesia falando da lua nova é muito bonita.
    Bjs!

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  14. Lua Nova esconde o rosto,
    Para poder regressar
    Noutro dia, ao sol Posto,
    Cheia de luz a brilhar.




    Abraços


    SOL

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