quinta-feira, 27 de março de 2014

A Flor e a brisa.

 
A FLOR E A BRISA

Linda flor que na floresta
Vivia triste a cismar,
Fez-lhe um dia a brisa festa,
E pôs-se a flor a corar.

– “Que sentes, linda florzinha,
Perguntou-lhe a brisa então,
Dói-te o viver tão sozinha
Nesta erma solidão?”

– “Meiga brisa, mais corada
Respondeu-lhe a flor assim,
Eu vivo aqui desprezada,
Ninguém se lembra de mim!”

– “Pois virei, flor de esperança,
Falar-te de amor e Deus:
Mas dar-me-ás por lembrança
Num beijo os perfumes teus.”

E foi-se lá na floresta,
Deixando-a triste a cismar:
E nunca mais fez-lhe festa,
Que a flor se pôs a murchar! 

Bittencourt  Sampaio
 

Francisco Leite de Bittencourt Sampaio nasceu em laranjeiras (SE) dia 11 de fevereiro de 1834 e desencarnou no Rio de Janeiro a 10 de outubro de 1885.

Foi jurisconsulto, magistrado, político, alto funcionário público, jornalista, literato, renomado poeta lírico e excelente médium espírita.

Militante na política, filiou-se ao partido liberal. Foi eleito deputado para a Assembleia Geral Legislativa nas legislaturas 1864-1866 e 1867-1870. Neste último período foi presidente do Espírito Santo, nomeado por carta imperial. Leia mais aqui:

Visite também: 

5 comentários:

  1. Adorei a poesia, a cadência e o sentido dos versos! Linda! abração,ótimo dia! chica

    ResponderExcluir
  2. Perfuma a fresca brisa!
    Na floresta nascida e criada
    Na primavera mais bonita
    A flor perfumada...

    Nos jardins também!
    Verdes plantas florindo
    Lindos versos escritos tem
    O seu poema é lindo...

    Um bom dia para você amigo Furtado, um abraço
    Eduardo.

    ResponderExcluir
  3. Olá

    Que bela poesia!
    Adoro as flores e a brisa leve que bate meu rosto numa solidão à beira do mar.
    Beijos
    Lua Singular

    ResponderExcluir
  4. Boa noite Furtado!
    Ah, que dó da florzinha que vive na solidão.
    Poesia bonita e triste ao mesmo tempo!
    Bjs

    ResponderExcluir
  5. Rosemildo, estar atento ao teu acervo, vale a pena para enriquecer sempre a cultura. Mormente a cultura poética, como agora está acontecer com o belo poema de Francisco Leite Bittencourt Sampaio.
    Abraços

    ResponderExcluir