segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Na noite da minha morte.

 
NA NOITE DA MINHA MORTE

Na noite da minha morte
Tudo voltará silenciosamente ao encanto antigo...
E os campos libertos enfim da sua mágoa
Serão tão surdos como o menino acabado de esquecer..

Na noite da minha morte
Ninguém sentirá o encanto antigo
Que voltou e anda no ar como um perfume...
Há-de haver velas pela casa
E xales negros e um silêncio que eu
Poderia entender.

Mãe: talvez os teus olhos cansados de chorar
Vejam subitamente...
Talvez os teus ouvidos, só eles ouçam, no silêncio da casa velando,
E mesmo que não saibas de onde vem nem porque vem
Talvez só tu a não esqueças.

Cristovam Pavia


Poeta português, nascido em 7 de outubro de 1933, em Lisboa, e falecido a 13 de outubro de 1968, na mesma cidade, filho do poeta presencista Francisco Bugalho, oriundo de Castelo de Vide. A partir de 1940 reside em Lisboa, onde terminou os estudos liceais. Frequentou a Faculdade de Direito de Lisboa, que abandonará para ingressar na Faculdade de Letras. Entre 1960 e a sua morte, trabalhando na construção civil, viveu entre Lisboa, Castelo de Vide, Paris e Heidelberg, onde recebeu acompanhamento psicoterapêutico. Leia mais aqui: 

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4 comentários:

  1. Triste, intensa e linda poesia!! Ótima semana,abração,chica

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  2. meu querido amigo

    Uma poesia profunda e bela que adorei ler.
    Uma feliz semana.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  3. Muito bonito o poema,embora profundamente melancólico,triste mesmo.
    Lembrei de uma canção do Raulzito:
    "Eu te detesto e amo morte, morte, morte...
    Que talvez seja o segredo desta vida".(Canto para a Minha Morte-Raul Seixas)
    Como sempre,um belo post,Furtado.
    Um beijo pra você e pra família.

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  4. Olá,caro Rosemildo!Versos profundos e tristes como é a morte.
    às vezes paro e penso na vida nos preocupamos e sofremos por tantas banalidades e esquecemos que a morte de uma hora pra outra pode nos levar sem mais nem porque.
    Beijos

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