terça-feira, 30 de agosto de 2011

O que morre.


O QUE MORRE 

Casa e caminhos morrem desamados, 
esquecidos, na solidão do Além. 
Os segredos falecem de guardados, 
e amores morrem quando morre alguém. 

O porto morre. A onda se esvazia. 
E o sonho esvai-se quando acorrentado. 
A treva nasce do morrer do dia. 
Morre o rico, o feliz e o desgraçado. 

Nada é imortal, pois o que nasce vibra 
somente um instante para a queda enorme, 
eis que essa lei fatal tudo equilibra. 

Morrem lembranças, fruto do passado, 
e o presente e o futuro quando dorme 
o homem sem fé, sem luz, abandonado. 

Francisco Miguel de Moura 


Francisco Miguel de Moura é poeta, ensaísta, cronista, romancista, crítico literário e bancário. Nasceu em Francisco Santos (PI), em 16 de junho de 1933.  Bacharel em Literatura Plena e Língua Portuguesa e pós-graduado em Crítica de Arte pela Universidade Federal da Bahia. Ocupa a cadeira número 8 da APL

Obras: Areias, 1966; Pedras em Sobressalto, 1974; Universo das Águas, 1979; Bar Carnaúba, 1983; Quinteto em Mi(m), 1986; Sonetos da Paixão, 1988; Poemas Ou/tonais, 1991 (poesias); Linguagem e Comunicação em O. G. Rego de Carvalho, 1972; A Poesia Social de Castro Alves, 1979 (ensaios); Os Estigmas, 1984; Laços do Poder, 1991; Ternura, 1993 (romances); Eu e Meu Amigo Charles Brown, 1986, ...E a vida se fez crônica, 1996 (crônicas); Piauí: Terra, História e Literatura (antologia), 1980; Literatura do Piauí, 2002; Sonetos Escolhidos, 2003; e Rebelião das Almas, 2003.

Fonte: http://www.ube.org.br/ 

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11 comentários:

  1. Morrem tantas coisas, pedaços de nós até.Lindo! abraços,chica

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  2. Poema lindo e reflexivo que nos traz uma profunda mensagem!

    Lindo e abençoado dia pra ti amigo!

    Carinhos de flor pra você, viu?
    Beijos

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  3. Morre tudo se não cuidarmos e não cultivarmos a esperança...abraços de bom dia pra ti meu amigo.

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  4. A morte de algo em nós talvez seja mais triste que a morte em si!Linda essa poesia!Bjs,

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  5. A morte de algo em nós talvez seja mais triste que a morte em si!Linda essa poesia!Bjs,

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  6. UFFFF, QUÉ TEXTO TAN ABRUMADOR, LLENO DE VERDADES.
    UN ABRAZO

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  7. Olá Rosemildo
    Ainda bem que a morte é para todos, independente de classe social, religião, sexo ou outra coisa qualquer. Ele iguala todos.
    Abração

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  8. que poema maravilhoso!

    "A treva nasce do morrer do dia"


    beijos amigo querido....


    Zil

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  9. Oiiiiii!! Amigo to saudadinha, poxa vida o tempo é muito ingrato, mas olha continuo com vc em meu coração grande amigo, meu amor fraternal fará sempre parte!

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  10. lindo o poema, como todas as suas escolhas.
    e me identifiquei bastante, em mim, por exemlo, várias coisas estão a morrer para dar oportunidade de nascimento às outras.

    grande abraço.

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  11. A pior morte é a morte em vida de tantos sem fé, rumo, esperança, bondade..... e outras virtudes essenciais para a espiritualidade humana Rosemildo.
    Beolo poema!
    Beijos,
    :D

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