quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Regresso.


REGRESSO

Mamãe Velha, venha ouvir comigo
o bater da chuva lá no seu portão.
É um bater de amigo
que vibra dentro do meu coração.

A chuva amiga, Mamãe Velha, a chuva,
que há tanto tempo não batia assim...
Ouvi dizer que a Cidade-Velha,
— a ilha toda —
Em poucos dias já virou jardim...
Dizem que o campo se cobriu de verde,
da cor mais bela, porque é a cor da esp´rança.
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
— É a tempestade que virou bonança...

Venha comigo, Mamãe Velha, venha,
recobre a força e chegue-se ao portão.
A chuva amiga já falou mantenha
e bate dentro do meu coração!

Amilcar Cabral


Amílcar Cabral (Bafatá, Guiné-Bissau, 12 de Setembro de 1924 — Conacri, 20 de janeiro de 1973) foi um político da Guiné-Bissau e de Cabo Verde

Filho de Juvenal Lopes Cabral e de Dona Iva Pinhel Évora, aos oito anos de idade, sua família mudou-se para Cabo Verde, estabelecendo-se em Mindelo (ilha de São Vicente), que passou a ser a cidade de sua infância, onde completou o curso liceal em 1943. No ano seguinte, mudou-se para a cidade de Praia, na ilha de Santiago, e começou a trabalhar na Imprensa Nacional, mas só por um ano, pois tendo conseguido uma bolsa de estudos, no ano de 1945 ingressou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Após graduar-se em 1950, trabalhou por dois anos na Estação Agronómica de Santarém.

Contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné, regressou a Bissau em 1952. Iniciou seu trabalho na granja experimental de Pessube percorrendo grande parte do país, de porta em porta, durante o Recenseamento Agrícola de 1953 adquirindo um conhecimento profundo da realidade social vigente. Suas atividades políticas, iniciadas já em Portugal, reservam-lhe a antipatia do Governador da colônia, Melo e Alvim, que o obriga a emigrar para Angola. Nesse país, une-se ao MPLA.

Em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com Aristides Pereira, seu irmão Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin, funda o partido clandestino Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Quatro anos mais tarde, o PAIGC sai da clandestinidade ao estabelecer uma delegação na cidade de Conacri, capital da República de Guiné-Cronacri. Em 23 de janeiro de 1963 tem início a luta armada contra a metrópole colonialista, com o ataque ao quartel de Tite, no sul da Guiné-Bissau, a partir de bases na Guiné-Conacri.

Em 1970, Amílcar Cabral, fazendo-se acompanhar de Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, é recebido pelo Papa Paulo VI em audiência privada. Em 21 de novembro do mesmo ano, o Governador português da Guiné-Bissau determina o início da Operação Mar Verde, com a finalidade de capturar ou mesmo eliminar os líderes do PAIGC, então aquartelados em Conacri. A operação não teve sucesso.

Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri, por dois membros de seu próprio partido. Amílcar Cabral profetizara seu fim, ao afirmar: "Se alguém me há de fazer mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode estragar o PAIGC, só nós próprios." Aristides Pereira, substituiu-o na chefia do PAIGC. Após da morte de Cabral a luta armada se intensifica e a independência de Guiné-Bissau é proclamada unilateralmente em 24 de Setembro de 1973. Seu meio-irmão, Luís de Almeida Cabral, é nomeado o primeiro presidente do país.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/

14 comentários:

  1. Este blog é só cultura, amigo, beijos!

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  2. Uma bela poesia!O regresso é sempre bom!

    E que pena que morrera da triste forma:uma verdadeira traiçao mas que realmnte ele profetizara!

    Beijos,amigo

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  3. Que lindo,é muito bom passar aqui antes de dormir...
    Beijossssssss

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  4. E quando cai a chuva, o sertão floresce e a esperança renasce.
    Abração

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  5. Belissimo sempre meu amigo,,abraços de belo dia pra ti.

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  6. Amigo Rosemildo
    Que bela postagem!
    O poema, maravilhoso!
    O texto informativo, muito precioso.
    Você está de parabéns pelo trabalho que realiza neste mais do que interessante espaço.
    Um forte abraço!

    PS- Eu tinha certeza de estar inscrita entre seus seguidores: já tinha até o link na minha página.
    Mas, realmente, não estava.
    Agora estou! rs...

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  7. Lindo e emocionante poema!!! Obrigada amigo! Que Deus o abençoe sempre e sempre... Carinhos... Bjsss

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  8. FURTADO,

    LINDO VERSO!SALVEI PARA MIM...
    A BIOGRAFIA TAMBÉM É MUITO INTERESSANTE...PERFEITO!

    GRANDE BEIJO MEU AMIGO!

    REGGINA MOON

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  9. Quando você não aparece
    o dia não acontece
    pássaros ficam mudos
    barcos se perdem,
    e as ondas vão para alto mar
    a procura do vento...

    £UNA

    Amor & Paz no seu dia!Beijos meus! M@ria

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  10. Furtado,

    O saber não ocupa espaço e esse trabalho que vc faz é maravilhoso.

    Bjs

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  11. Suas escolhas sempre alegram meu dia.

    BeijooO*

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  12. Que elas nunca envelhecessem.
    Até acredito que nunca envelhecem, mantendo elas sempre vivas dentro da gente, a gente tbém não envelhece...

    Lindíssimo poema.

    Bjs

    livinha

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  13. muy bello texto. como siempre. gracias por compartirlo.
    una brazo

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