sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sonata para ir à Lua.



SONATA PARA IR À LUA

Desnudo já me dou de mim doendo
na doação das folhas da floresta
que vão caindo sem saber-se sendo
pedaços de nós na noite deserta

A lua imponderável vai ardendo
cúmplice em nossa luz de fogo e festa
Meus braços são dois galhos te dizendo
que o forte às vezes treme em sua aresta

Esta outra face frágil de aparência
que só aos puros é dado conhecer
no abraço da paixão e sua ardência

Mesmo cego de mim eu pude ver
e sentir no teu beijo a clara essência
que faz do nosso amor raro prazer

Aníbal Beça


Aníbal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto era amazonense de Manaus, onde nasceu a 13 de setembro de 1946 e faleceu no dia 25 de agosto de 2009. Era poeta, compositor e jornalista. Desde muito cedo colaborou em suplementos literários e em publicações similares nacionais e internacionais.

Dividiu seus primeiros estudos entre colégios de Manaus (Aparecida, Dom Bosco e Brasileiro) e em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul (Colégio São Jacó). Durante sua permanência no Rio Grande do Sul, mais precisamente em Porto Alegre, travou conhecimento com o poeta Mario Quintana, quem lhe deu os primeiros ensinamentos e o estímulo para caminhar pelas veredas da poesia.

Especialista em tecnologia educacional na área de Comunicação Social (UFRJ), Teve passagens, como repórter, redator, colunista, copy-desk e editor, em todas as redações dos jornais de Manaus, do ínicio da década de 60 até final da década de 80; foi diretor de produção da Televisão Educativa do Amazonas – TVE e consultor da Secretaria de Cultura e Turismo do Amazonas. Foi idealizador e Editor-geral do suplemento literário "O Muhra", de circulação bi-mestral, editado pela referida secretaria.

Envolvido com teatro, artes plásticas, foi na música popular que a sua contribuição se faz mais efetiva como compositor, letrista e produtor de espetáculos e de discos. Desde 1968, quando venceu o I Festival da Canção do Amazonas, Aníbal foi colecionando prêmios com mais de 18 primeiros lugares em festivais em sua terra, no Brasil e no exterior. Representou o Brasil no VIII Festival de Joropo de Villa Vicencio, Colômbia (1969);

Foi o único artista amazonense a se classificar e se apresentar no Festival Internacional da Canção FIC, em 1970, com a música "Lundu do Terreiro de Fogo", defendida pela cantora Ângela Maria.

Tem músicas gravadas por vários artistas brasileiros como: As Gatas, Coral JOAB, Felicidade Suzy, Nilson Chaves, Eudes Fraga, Lucinha Cabral, Dominguinhos do Estácio; Bira Hawaí, Aroldo Melodia, Jander, Raízes Caboclas, Mureru, Roberto Dibo, Célio Cruz, Torrinho, Arlindo Junior, Paulo Onça, Paulo André Barata, Almino Henrique, Pedrinho Cavalero, Pedro Callado, Delço Taynara, Grupo Tynbre e outros.

Foi diretor do Sindicato dos Escritores, Presidente da ACLIA Associação de Compositores, Letristas e Intérpretes do Amazonas, Presidente do Coletivo Gens da Selva (ONG), Vice-Presidente da UBE-AM União Brasileira de Escritores, seção Amazonas.

Seu primeiro livro Convite Frugal, data de 1966 (este ano, comemora 33 anos de atividade literária e 35 de produção musical).

A propósito de sua poesia, o poeta Carlos Drummond de Andrade, teceu, em 31 de julho de 1987 - pouco antes de morrer - o comentário: "Li Filhos da Várzea, os poemas-pôster e os haicais afetuosamente a mim dedicados. Obrigado por tudo, meu caro poeta. É de coração aberto que lhe desejo a maior receptividade pública e compreensão para a bela poesia que está elaborando e que, espero, marcará seu nome como um dos que engrandeceram o cultivo artístico do verso." Em 1994, com o livro Suíte para os Habitantes da Noite, sagrou-se vencedor, dentre 7.038 livros de todo o país, do 6º Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira - categoria poesia. O livro, lançado sob o selo da editora Paz e Terra, saiu em 1995.

Outros livros: Filhos da Várzea, ed. Madrugada, 1984, abrigando o livro Hora Nua; Marupiara - Antologia de Novos Poetas do Amazonas, (organizador) Ed. Governo do Estado do Amazonas, 1985; Quem foi ao vento, perdeu o assento (Teatro) Ed. SEMEC, 1986; Itinerário poético da Noite Desmedida à Mínima Fratura, Ed. Madrugada, 1987; Banda de Asa - poesia reunida - Ed. Sette Letras, 1998; contendo o livro inédito Ter/na colheita.

Em junho de 99, Representou o Brasil no VIII Festival Internacional de Poesia de Medellín, e em agosto/99 no Encontro Internacional de Escritores da Associação Americana para o desenvolvimento cultural, em Bogotá.

Fonte: http://www.revista.agulha.nom.br

10 comentários:

  1. Adoro receber tua visita, na minha casa vc pode entrar pela porta da frente ou pela porta de tras ou ainda podes pular as janelas...kkkk...não importa, o que importa é que tu entres, pois serás sempre bem-vindo.
    Obrigada pelo carinho....beijos da FE!

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  2. Lugar melhor pra ir não há,,,abraços amigo de bom final de semana.

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  3. Fui a lua tbm com tal poesia.
    Amigo, seu blog é muito pesado para o meu humilde computador, a cada clique abre uma nova página e aí trava tudo.

    Bjs*

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  4. Ô meu amigo, a ti confesso:
    Encontrar o Luar era tudo o que mais queria rasgando esse universo...
    Porém somente a Deus eu peço:
    Que me deixe assim logo nua,
    dessa roupa que me veste,
    os meus versos,
    para tão logo me encontrar
    na luz da Lua...


    Belíssimo poema...
    Quando se fala em lua a gente até
    arrepia...

    Linda tarde pra ti

    Bjs

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  5. muy hermosa dedicatoria.
    un abrazo

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  6. é impressionante como vc escolhe lindas poesias e poemas

    Gostei d+

    :)

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