quarta-feira, 21 de abril de 2010

Desencanto.

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DESENCANTO

Cantei para os surdos,
Meu canto sem graça;
Falei para os mudos
O verbo da raça.

Neguei minha voz
Ao ensino sem cor;
Destino atroz
De quem ensinou.

O pranto das águas,
Deitadas de horror;
Coitadas das mágoas
Vestidas de dor.

Debalde era o canto
Que não encantou;
A música do pranto
Despida do amor

Da noite era o manto,
Vestida à mortalha;
Cruel o espanto
Do corte à navalha.

João Batista.


João Batista Xavier de Sousa nasceu em Nata/RN, em 08 de junho de 1941. Vivendo em Mangabeira, pequeno povoado à margem do Rio Jundiaí – Macaíba/RN, tendo sempre como ponto referencial a casa dos seus pais, José e Nair. Vem estudar em Natal e aprender a ganhar a vida.

Formando-se com láurea no Curso de Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, à época, integrava o quadro da Polícia Militar do Estado. Sua sensibilidade aflora no estudo e conhecimento da Educação. Professor com larga experiência Marista, Assessor Técnico em Educação, Orientador, Palestrante nos mais diversos eventos culturais e de Educação. Sempre estudioso, participou do Curso de Atualização em Educação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Por três vezes assumiu a Secretaria Municipal de Educação em Macaíba.

Natalense, realizou outro sonho, o de ser "Cidadão Macaibense", título que guarda junto a tantos outros.

Sempre amigo, tenaz, humano, com sua luz de mestre educador, iluminou com sabedoria o caminho de muitos jovens.

Quando a luz lhe fugiu dos olhos, sem sucumbir ao desespero, sua alma tornou-se mais clara, brilhante, fluorescente... E a dor, assim, encontrou o seu porto, o seu farol, navegando pela caneta do poeta, no primeiro livro de poesias que foi "Encanto", e, seqüenciando, "Pedaços Inteiros", "Uma Escola Possível" e "Cantos e Prantos", estando programado para breve, o lançamento de "Refúgio", a sua mais nova criação.

Fontes: “Cantos e Prantos” Gráfica CDF – 1ª edição – 2005 e o próprio autor.

14 comentários:

  1. Obrigado por ritribuir minha visista a ti...
    Adorei o poema!
    Bjs
    Mila

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  2. Desencanto mas um poema lindo e bem regional...
    Deveras o poeta nordestino...

    Adoro teu blog...
    Bem interessante e informativo.
    Rico em literatura.

    Uma bela quarta-feira.

    Bjos mil...

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  3. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.

    Pe Fábio de Melo

    Feliz FDS....M@ria

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  4. Vim deixar meu bj pro cê e avisar que eu vou dar uma sumidinha pq vou fazer uma pequena cirurgia.
    Já tá de bem de mim? Heim, heim?
    Bjs.

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  5. Bom diaaaaaaaaaaaaaaaaa.
    Beijokas.

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  6. Jamis perdeirei meus encantos, compreendendo os desencatos dos outros.
    Não é a vida uma navalha, as navalhas nós as que criamos.
    Cada um na oferenda do que possui,
    não posso criticar, mas auxiliar a quem pouco tem, a crescer nas conquistas e adquirir mais. A vida é de troca, a gente se doa, para que outros seres adquiram o que podemos oferecer, como muito o que outros tem, a gente busca tbém ter, eis os caminhos para igualdade e no senso a ventura do viver...

    Meu amigo, sempre belíssimos poemas com mensagens embutidas nos levando a pensar...

    Lindo dia pra ti

    bjs
    Livinha

    -Gostei do poema abaixo deste.

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  7. Passando pra deixar meu carinho nesta tarde de feriado.

    Beijoooo

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  8. Estou encantada com este desencanto, jeito encantador de mostrar revolta...
    um abraço

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  9. Furtado querido,

    Adorei esse Poema...nós vamos lendo de uma vez só...muito interessante a forma de expressão...Desencanto...gostei!!
    E mais uma vez, desconhecia o autor, muito importante esse seu trabalho de divulgação...

    Um grande beijo!!!!

    Reggina Moon

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  10. Rosemildo, estou aqui rindo do seu espirituoso comentário em eu conto. Gosto muito quando vocês, meus amigos, aqui comentam e me alegram com a energia de suas palavras.
    Grande abraço e um ótimo feriado, amigo!

    Jefhcardoso

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  11. ROSEMILDO


    venho devagarinho deixo poesia e um beijinho

    SOU MESMO...


    Sou mesmo...
    Da mesma terra que tu
    Da terra do chão vermelho
    Da terra batida cheirando a pó...

    Sou mesmo...
    Da mesma terra que tu
    Onde todos saltamos os rios
    Corremos a apanhar borboletas...

    Borboletas de cores lindas...
    De gafanhotos que saltavam
    Que pulavam à minha frente
    Como quem brinca às escondidas...

    E brincava na palha do café
    Apanhava bitacaias nos pés
    Comia manga, safú e goiaba
    Apenas porque...
    Sou mesmo...
    Da mesma terra que tu...

    LILI LARANJO

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  12. un tremendo gustazo venir hasta éste tu sitio y leer poesía madura.
    un abrazo

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  13. __________________________________


    Bonito o poema! Obrigada, por compartilhar conosco...


    Beijos de luz e o meu carinho!


    __________________________________

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  14. Mais um fantástico texto. Adorei amigo! Muito obrigada por nos dares a conhecer coisas tão boas... E obrigada pelo carinho em cada palavra que deixas no meu humilde blog. Beijo enorme

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