quinta-feira, 16 de julho de 2009

Barcos de papel.

BARCOS DE PAPEL
http://farm1.static.flickr.com/29/59628008_37152fd4e9.jpg

Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.

Fazia, de papel, tôda uma armada
e, estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada...

Fiquei môço. E hoje sei, pensando nêles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são feitos de papel, são como aquêles,

perfeitamente, exatamente iguais...
- Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!

Guilherme de Almeida

12 comentários:

  1. Bons tempos esses, em que somos inocentes e tudo é brincadeira...

    Bj grande amigo!
    Obrigada pelos teus coments...

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  2. OLha meu amigo, me vi neste exato instante dentro de um deles, voltei ao passado em minha terra natal, que fica num recanto bonitodo Brasil onde sorrir uma terra amada,
    aí pertinho de você João pessoa...
    tantos barquinhos... nem me lembro quantos a gente brincava... e minha mãe brigava por estarmos na chuva a nos molhar e tão logo resfriar... Sim os encantos se foram, embora os barquinhos não tenham voltado, eu fui atras deles.. Os encantos não permanceram dourados, mas prateados com o mesmo intenso brilho de a muito tempo atras... é de alguma forma, eu acho que vivi, se brigo é porque me tiraram de lá e hoje estou aqui... não sou mais uma menina, que pena..
    Lindooo Poema, mexeu comigo...

    Boa Noite Furtado!
    Bjss

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  3. Quando a chuva passar,qdo o tempo abrir.

    para ver o sol em ti

    De

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  4. Furtado, por todos os nossos querer,
    que nossas vidas faz mensão, desejo de todo o meu coração que o teu querer seja feito de realização...

    Tenha um grandioso fim de semana...
    Bjss

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  5. Caro: Furtado

    Este texto me faz voltar, aos meus tempos de criança!

    Estava eu em Moçambique,terra onde nasci e vivi tempos que jà màis vou apagar:
    ******************************************
    Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
    Foram-se embora e não voltaram mais!

    Tenha um Maravilhoso Fim de Semana

    Grande Abraço Amigo

    Antònio Manuel

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  6. Lá se foram os meus barquinhos e não voltam mais!
    Adorei seu poema, querido amigo.
    Fique tranquilo.. nossa Toca não é como o Clube da Luluzinha. Seus comentários são sempre bem-vindos. ADORAMOS! ;)
    Minha vida está tomando o rumo que ela precisava tomar, mas eu bem acho que fui a grande autora dessa vez.
    Beijos, Laís.
    Um ótimo fim de semana pra vc!

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  7. Obrigada por passar lá no meu blog, me encantei com o seu também! E voltarei sempre! Adoro barquinhos de papel, eles podem até ir embora, se desfazerem, mas o tempo em que ficam, nos fazem sorrir... bjs

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  8. Olá amiguito Furtado :)
    é sempre um prazer recebe-lo na minha tendinha :) Obrigada.

    ...sabe, quando era menina tantos barquinhos de papel eu fazia e brincava com eles em pipas de vinho que eram cortadas ao meio para servirem da lavador no meu quintal em áfrica :)
    ... estas pipas estavam cheia de água e era onde o mainato lavava a roupa :) escusado será dizer que era barcos a fazer uns atrás de outros :))

    Bejinho para si

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  9. Furtado meu Bróder...
    Visitando o seu Blog e lendo essas maravilhas que você publica.
    Dê uma espiada na minha Rede Social Ning: www.casadapoesia.ning.com
    Temos lá uma interação entre poetas de primeira linha. Se você quiser participar conosco, cadastre-se.
    Um abraço e obrigado pelas visitas à Academia da Poesia.

    Renato Baptista

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  10. Rosemindo
    obrigada pelo carinho.
    Foi bom encontrar gente como tu...
    beijinhos


    e bar quinhos de papel são a imagem da minha meninice...

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  11. Boa Noite amigo! Tudo bem?
    estive a ler o pequeno texto do monteiro lobato acerca dos ratos!
    Quanta coisa em um pequeno escrito hein?
    Os ratos!
    Que semelhança conosco então? Idéias muitas, mas pouca ação...
    Creio passar eu por um momento em que a coragem tenha que se fazer mais forte, para que muito saia do cálculo mental e entre para o finito do mundo.

    Abraços!

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  12. acerca do texto do barco me remeteu algumas duas horas que escrevi pouco tempo atrás, dê uma olhada:

    Duas Horas

    Hoje parei.
    Apesar de tanta coisa esperando ser feita eu parei.
    Interrompi a vida por instantes. Por momentos só. Sentei e contemplei.
    Achei um antigo desenho que fiz ainda na infância, bobeira...
    Eles eram todos iguais...
    Nunca soube desenhar, mas mesmo assim rabiscava.
    Nem sei se por obrigação ou por gosto.
    Mas fazia.
    Imagem extremamente simples e ilógica: dois sóis no céu, muitas nuvens...
    uma casinha velha...
    chovia.
    Minhas míseras pinturas sempre choravam
    Duas pessoas em cima de uma montanha e algumas árvores.
    Paradas.
    Inertes.
    Ali.
    Eternamente, desde o dia em que eu as coloquei lá.
    Não sei mais nada... mas parei pra pensar...
    Duas horas!
    Duas horas da tarde!
    Poderia ser qualquer hora do passado...
    Mas eu parei exatamente nas duas horas que sempre demoravam muito...
    Voltei sem pesar ao tempo em que o tempo passava devagar e as tardes...
    Ah as tardes...
    As tardes eram cheias de encantamento e eu acreditava em tudo.
    Hoje tudo passa depressa e eu não sinto, não acredito
    Essa foi a hora... a mais importante hora...
    Lembro-me com saudades das duas horas, era o instante de entregar o espírito ao Pai...
    A minha hora...
    Não sei bem explicar, mas minhas boas lembranças se remetem sempre às duas horas...
    Que não são mais
    só existem no relógio
    Devia ser a posição do sol que me eternizava
    Ou mesmo o vento... ou ainda o pé de tamarindo azedo...
    Segurança.
    Quando tenho medos de gente grande, lembro me disso.
    Quando a confiança e a fé falha...
    Ah... trago-a de volta a mente para levantar
    Volto atrás e brinco com o mosaico de imagens
    Uma após outra... numa velocidade que me desfragmenta!
    Árvores, gramas, céu, sol, nuvens...
    De tão rápido, parecem até pintura a óleo... borradas...
    Recordo-me com saudades de algumas duas horas
    São poucas, mas o tempo é meu e tenho sim a capacidade de eternizá-lo
    De confrontá-lo com o mínimo de estação cronológica
    Com os poucos anos que me é dado
    Agora e hoje
    Hoje e não sei quando até.
    Brincadeiras de criança
    Quanto de mim ficou por lá?
    Quanto?
    Mas por hoje são só às duas horas
    Essas duas mesmo que me fazem mais humano.
    Humano imódico humano.
    Duas...
    Duas horas...

    Lariucci

    Abraços

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